Nota da Redação
Imagem: Reprodução Tricontinental
Há 52 anos, no dia 11 de setembro de 1973, um golpe militar liderado pelo General Augusto Pinochet derrubou o presidente do Chile, Salvador Allende.
Allende era um político do Partido Socialista, foi eleito de forma legítima Presidente do Chile, em 1970. Seu governo vinha avançando, de forma moderada, na nacionalização de setores da economia e em reformas sociais que ampliaram direitos para a maioria da população.
No dia 11.9, um ataque militar brutal contra o palácio presidencial, La Moneda, encabeçado pelos chefes da forças armadas, resultou na morte de Allende e no fim do seu governo, instaurando uma ditadura militar que durou 17 anos e foi marcada por mortes, desaparecimentos, torturas e violações dos direitos humanos.
O governo dos EUA apoiou o golpe. Comprovadamente, a agentes da CIA atuaram no território chileno para desestabilizar o governo de Allende, ao mesmo tempo que incentivaram os chefes das forças armadas a organizarem um golpe contra a democracia chilena.
O mesmo discurso imperialista usado por Trump hoje, por exemplo, na sua agressão contra o povo venezuelano, foi usado em 1973 para buscar legitimar o golpe militar chileno, num contexto marcado pela guerra fria.
Em dezembro deste ano, o Chile passará por novas eleições presidenciais. A polarização principal será entre Jeannette Jara, do Partido Comunista chileno, que defende a continuidade do projeto progressista do atual governo; e José Kast, do Partido Republicano, de extrema direita, muito próximo de Trump.
Kast defende abertamente Pinochet e a ditadura chilena. Novamente, o povo chileno estará diante da encruzilhada entre democracia e autoritarismo, agora num contexto de avanço da extrema direita e ameaças imperialistas de Trump contra a América Latina.
A esquerda e os movimentos sociais latinoamericanos devem acompanhar atentamente o desenrolar dos acontecimentos no Chile. As eleições chilenas representam uma nova batalha em defesa da democracia e contra a extrema direita golpista.