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Especial COP 30: Oceano Atlântico pode estar perto do colapso; veja como isso afeta você

5 de setembro de 2025

Estudo aponta que a circulação do Atlântico pode estar próxima de um ponto crítico

Um estudo publicado na revista Environmental Research Letters indica que a circulação meridional de reviravolta do Atlântico (Amoc) já não pode ser considerada um risco distante. A corrente, responsável por levar calor para o norte do oceano e regular o clima europeu, está no nível mais fraco em 1.600 anos e pode atingir um ponto de inflexão nas próximas décadas.

As simulações, estendidas até os séculos 23 e 25, sugerem que o sistema pode se tornar irreversível em até 20 anos, com chance de desligamento completo entre 50 e 100 anos depois.

Cenários e impactos possíveis

A probabilidade varia conforme as emissões de carbono: 70% dos cenários de altas emissões apontam para colapso, 37% nos intermediários e 25% mesmo em trajetórias de baixas emissões. Os resultados foram classificados pela comunidade científica como alarmantes, já que estimativas anteriores trabalhavam com menos de 10% de risco.

O impacto seria profundo. A redistribuição das chuvas tropicais ameaçaria áreas agrícolas, a Europa enfrentaria invernos mais severos e secas intensas no verão, e o nível do mar poderia subir até 50 centímetros além do previsto.

Outro fator que preocupa é o derretimento acelerado da Groenlândia, ausente em muitos modelos, mas capaz de acelerar o enfraquecimento. Observações recentes no Atlântico Norte já apontam sinais compatíveis com esse cenário.

Apesar da incerteza sobre o momento exato do colapso, a conclusão é clara: reduzir drasticamente as emissões de combustíveis fósseis é a única forma de tentar evitar que a Amoc ultrapasse um ponto sem retorno.