Imagem: Reprodução The Guardian
Diante da recente ofensiva militar dos Estados Unidos sobre a Venezuela, o Democratic Socialists of America (DSA) condena as ações do presidente Donald Trump e exige a retirada de todos os navios de guerra da região do Caribe, o fim das sanções impostas a este país e o reestabelecimento de relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela. Veja, a seguir, a declaração completa:
Em uma escalada sem precedentes de força militar, o governo Trump assassinou pelo menos 21 pessoas em ataques a quatro barcos de pesca entre 2 de setembro e 3 de outubro. O governo Trump justificou esses assassinatos rotulando duvidosamente as pessoas mortas como "narcoterroristas", sem apresentar nenhuma prova. Esses ataques são tentativas de incitar a Venezuela a responder a esses assassinatos violentos e violações de soberania, que seriam então usados como pretexto para uma invasão.
Na preparação para a guerra, o governo Trump mobilizou 4.500 soldados estadunidenses e pelo menos 8 navios de guerra, incluindo três contratorpedeiros de mísseis guiados da classe Aegis e um submarino a uma distância de ataque na costa da Venezuela. Pelo menos 10 caças F-35 também foram enviados para Porto Rico. Em 2 de outubro, cinco caças estadunidenses voaram muito perto da costa venezuelana, o que até mesmo o Departamento de Defesa dos EUA admitiu ter sido "provocações" intencionais. Essas mobilizações agressivas, sob o pretexto de uma operação "antidrogas", ameaçam a vida e a soberania dos povos de toda a região. O DSA condena veementemente essa escalada militar e a ameaça de Donald Trump de uma guerra aberta e sem provocação.
Essa agressão ocorre na esteira da falsa e politicamente motivada designação, pelo governo Trump, de autoridades venezuelanas como "narcoterroristas" e do aumento da recompensa pelo presidente Nicolás Maduro para US$ 50 milhões, com base em alegações fictícias de narcoterrorismo. Essas alegações infundadas visam minar a soberania nacional da Venezuela. O próprio relatório de 2024 da Agência Antidrogas dos EUA sobre tráfico de drogas não mencionou a Venezuela, mas destacou países como Colômbia, Peru, Bolívia e Equador como as principais fontes de entrada de drogas nos EUA.
O verdadeiro objetivo é forçar uma mudança de regime e obter acesso fácil novamente às reservas de petróleo da Venezuela, como acontecia antes da eleição de Hugo Chávez em 1999, quando a Venezuela era governada por políticos neoliberais subservientes aos interesses dos EUA. Essa preparação para a guerra sob falsos pretextos não é diferente do que os Estados Unidos fizeram ilegalmente em relação ao Iraque em 2003, que levou à morte de centenas de milhares de iraquianos, bem como de soldados estadunidenses, após a declaração unilateral de guerra pelo governo George W. Bush.
Essa agressão desenfreada dos Estados Unidos ameaça não apenas a Venezuela, mas qualquer nação que se recuse a ceder às exigências de Donald Trump e seu gabinete belicista e neoautoritário. Agora é o momento de solidariedade nacional e internacional contra as tentativas de Trump de subverter a autodeterminação venezuelana e tomar o controle de seus recursos naturais.
O DSA exige:
- uma retirada total de todos os navios de guerra, caças e ativos militares dos EUA do Caribe e o fim de quaisquer operações com o objetivo de intervenção conduzidas pelo SOUTHCOM;
- o fim das sanções unilaterais ilegais contra a Venezuela e o fim da utilização de sanções unilaterais em qualquer parte do mundo, que matam cerca de meio milhão de pessoas todos os anos em todo o mundo;
- o fim do fracassado quadro de “guerra às drogas” que já levou a enormes tragédias humanas e ambientais em países como a Colômbia e o México;
- o restabelecimento das relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela, incluindo a reabertura da embaixada e dos escritórios consulares em território norte-americano;
- uma política externa dos EUA centrada na paz, no multilateralismo e no respeito pela soberania nacional e pela autodeterminação.
Também incentivamos as pessoas a entrarem em contato com seus representantes e senadores no Congresso. Aqui estão os endereços dos seus representantes:
Em solidariedade.