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Primárias no Chile: comunista vence e Boric faz apelo por unidade

4 de julho de 2025

Via Revista Forum

Jeannette Jara será o nome único da centro-esquerda na eleição de novembro; desempenho fraco do aliado do atual presidente expõe crise na ala moderada.

A coalizão de esquerda Unidad por Chile realizou neste domingo (29) suas primárias para definir quem disputará a Presidência chilena nas eleições de novembro. A grande vencedora foi Jeannette Jara, do Partido Comunista, que conquistou 60,5% dos votos, com quase 100% das urnas apuradas.

Pelas redes sociais, Jara celebrou a vitória e alertou para a ameaça de avanço da extrema direita.

“Hoje começa um novo caminho que vamos percorrer juntas e juntos, com a convicção de construir um Chile mais justo e democrático. Diante da ameaça da extrema direita, respondemos com unidade, diálogo e esperança. Obrigada a todas e todos que confiaram! Agora é seguir trabalhando.”

Jara superou três adversários internos: Carolina Tohá (Socialismo Democrático), Gonzalo Winter (Frente Amplio) e Jaime Mulet (Federación Regionalista Verde Social).

O presidente Gabriel Boric, que se manteve neutro durante a campanha, votou em Punta Arenas e, logo após o resultado, reforçou o apelo por unidade no campo progressista. Para Boric, “não é indiferente quem governa”, um recado direto sobre os riscos de divisão interna diante do avanço da direita.

O desempenho de Gonzalo Winter, nome mais próximo do governo dentro da disputa, foi considerado fraco: obteve apenas 8,9% dos votos, terminando em terceiro lugar. O resultado sinaliza a perda de força da ala moderada ligada a Boric dentro da esquerda e consolida a liderança do setor mais alinhado ao Partido Comunista.

O que vem pela frente

Agora, Jeannette Jara será a candidata única da centro-esquerda na eleição marcada para 16 de novembro, onde enfrentará dois nomes fortes da direita: José Antonio Kast, representante da extrema direita, e Evelyn Matthei, da direita tradicional.

Após a vitória, Jara — que já foi ministra do Trabalho — declarou que pretende trabalhar por “um Chile mais justo e democrático” e construir pontes com outros setores do progressismo para chegar fortalecida à disputa.

A prioridade da Unidad por Chile é garantir o apoio dos outros candidatos derrotados na primária, evitar divisões internas e apresentar uma frente unida para enfrentar o bloco conservador nas urnas.