Carlos Bittencourt
Doutor em Ciências Sociais e militante do Subverta PSOL
O conflito entre EUA e China é indisfarçável e culminante. Isso é o que ordena o novo tempo do mundo. Aquilo que era apenas latente e que operava em uma dinâmica de interdependência mudou de figura. Aquilo que Niall Ferguson e Moritz Schularick chegaram a conceituar “Chimerica”, na primeira década do novo século, não existe mais. Já é possível afirmar com certeza que estes tempos passaram e já se inaugura um novo momento. Como há uma boa dose de novidade e incompreensão é melhor abordar este novo tempo a partir de suas tendências principais e aqui destaco 3 delas.
Imagem: Reprodução Brasil 247
PRIMEIRA TENDÊNCIA - ascensão do capitalismo chinês
Embora seja um lugar comum, é preciso analisar a China sempre de uma perspectiva de longa duração. O papel que o confucionismo e a valorização das hierarquias sociais ainda cumprem na sociedade chinesa têm uma enorme função ordenadora de uma certa "harmonia social”. Também a centralização e a centralidade do Estado não foram invenção da Revolução de Mao Tsé Tung. A forte dimensão anticolonial da Revolução Chinesa, permitiu que em grande medida sua agenda fosse a de retomada da autoestima do império milenar saqueado pelas nações europeias. Isso a legitimou amplamente junto ao povo chinês e criou alguma estabilidade para seguir apostas estratégicas de longo alcance.
Mesmo em uma análise sucinta, não é possível negligenciar o processo histórico chinês prévio à sua inserção no sistema-mundo capitalista, ou como resume Fiori, sua condição de “Estado-civilização”, que opera em uma perspectiva fora do diapasão das sociedades ocidentais, cujo “processo de centralização do poder territorial ocorreu na China há pelo menos 2.300 anos e apesar de várias fragmentações posteriores, o povo chinês sempre conseguiu refazer sua unidade e preservar sua homogeneidade linguística e cultural, transformando-se no país com a história contínua mais antiga da humanidade” (FIORI, 2013).
Além deste aspecto da força histórica chinesa, a aposta no capitalismo de Estado, inaugurado por Deng Xiaoping, permitiu que a China realizasse a maior e mais rápida revolução industrial e urbana já vista pela humanidade. Coincidiram a orientação pró capitalista de Deng e a aposta de Nixon numa reaproximação com a China para isolar a URSS. A China virou a base para se produzir barato e recebeu fluxos intensamente crescentes de Investimento Direto Estrangeiro das nações centrais, seja diretamente, seja através de Hong Kong e outros paraísos fiscais que servem de entreposto financeiro para investimentos dos EUA e da Europa. Uma Revolução Industrial sem uma Revolução Burguesa.
O McKinsey Global Institute (2012) apresentou dados realmente significativos sobre o ritmo do crescimento da renda per capita na China comparada com outros países. Para dobrar a renda per capita de US$ 1.300 para US$ 2.600, a Inglaterra levou 154 anos (século XVIII e XIX), os Estados Unidos, 53 anos, a Alemanha, 65 anos (ambos na segunda metade do século XIX) e o Japão, 33 anos (segunda metade do século XX). No entanto, a população total desses países no início de cada processo era de, respectivamente 9, 10, 28 e 48 milhões de pessoas. A China, na virada para o século XXI, realizou o mesmo feito em apenas 12 anos, e se deu em uma escala populacional bastante maior, mais de 1 bilhão de habitantes. Ao lado disso, ocorreu a maior migração campo-cidade da história do planeta. Em 1978, o país tinha uma taxa de urbanização inferior a 20% e que chegou a 65% em 2023.
Por essas e outras, mesmo que apenas por um empuxo da inércia a China já teria potencial para uma ultrapassagem geoeconômica dos EUA. A questão é justamente que o impulso expansivo chinês (tanto em termos de volume quantitativo da economia chinesa quanto em termos qualitativos da disputa das novas fronteiras tecnológicas) ainda não encontrou seu teto, o que indica que esta ultrapassagem já está em curso.
Em 2024, o superávit comercial da China foi recorde, de aproximadamente US$990 bilhões. Exportou US$3,58 trilhões e importou US$2,59 trilhões, a maior potência exportadora global. Os EUA por sua vez, exportaram menos, US$3,191 trilhões, e importaram bem mais, US$4,110 trilhões, atingindo um gigantesco déficit comercial de aproximadamente US$918,4 bilhões. O que explica isso é a liderança que a China assumiu como a principal potência industrial global, com 28,7% da produção manufatureira mundial, em 2023, frente 16,8% dos EUA.
Outro aspecto relevante são os investimentos na transição energética. A China liderou os investimentos globais em transição energética, US$890 bilhões em 2024, um aumento de 20% em relação a 2023, equivalente a cerca de 39% do total mundial investido no setor. Já os EUA investiram menos do que a metade disso, US$360 bilhões, mantendo-se estagnados em comparação ao ano anterior e com a chegada de Trump no poder a tendência é de desinvestimento.
No ponto de vista da guerra tecnológica, a disputa segue mais parelha, mas a China tem realizado avanços notáveis nos últimos anos, também revelando uma tendência de ultrapassagem. O lançamento da plataforma de inteligência artificial Deep Seek foi um grande símbolo disso, desmoralizando todos os esforços estadunidenses nesse setor e ainda disponibilizando sua base de dados abertos. De acordo com um relatório do Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI), a China já supera os EUA em 37 de 44 tecnologias emergentes, incluindo motores de aeronaves avançados, drones e baterias elétricas. A China tem apostado também na fronteira da computação quântica e investiu mais de US$15 bilhões em pesquisa quântica, cerca de cinco vezes o investimento público dos EUA neste segmento.
Por fim, há ainda que se considerar a expansão de relações bilaterais importantes que deslocam países e regiões para o campo gravitacional da China, como é o caso de muitos países do continente africano e da América Latina, além de uma evidente estratégia de hegemonia no mundo oriental. Em 25 anos a China se estabeleceu não apenas como principal parceiro comercial de diversos países, como é o caso do Brasil, como também ampliou seus acordos relativos a acesso a fontes de energia e acordos militares. Em 2017, abriu sua primeira base militar no exterior em Djibuti, no Chifre da África e na América Latina, expandiu sua influência militar através da venda e doação de equipamentos militares e de segurança, para países como Venezuela, Argentina, Peru e Bolívia.
Por tudo isso, fica muito difícil não perceber a tendência de ultrapassagem da economia chinesa sobre a economia estadunidense. A capacidade de planificação dos investimentos de acordo com uma estratégia centralizada nessa disputa global e a legitimidade interna do projeto, parece ser uma vantagem comparativa significativa frente à estratégia público/privada estadunidense.
SEGUNDA TENDÊNCIA - A crise de 2008-2009 e a aceleração da decadência dos EUA
O slogan Make America Great Again não deixa sombra para dúvida, os EUA se apequenaram, segundo seus próprios critérios. Perderam pujança interna e hegemonia externa, apesar da ampla preponderância militar. A MAGA é justamente uma estratégia de catalisação do orgulho ferido, um apelo ao nacionalismo imperialista e um chamado à autoproteção do país.
Não à toa, o governo Trump II consegue mobilizar amplas forças sociais, políticas e econômicas e avança de forma muito mais contundente e com resistências muito menos imponentes. Isso se deve ao fato de que boa parte da sociedade estadunidense reconhece essa decadência e embarca na luta contra ela. A corrosão da liderança dos EUA no plano internacional e de sua coesão no plano nacional tem aspectos de longa duração e poderia ter como um de seus marcos a derrota do Vietnã, embora tenha sido atenuada pelo fim da URSS e do impulso neoliberal.
Por outro lado, a crise de 2008-2009 teve um alcance e profundidade gigantescos e encontrou agravantes conjunturais que a tornaram um marco da derrocada estadunidense. Entre eles, a emergência chinesa. Chesnais (2016) aponta o papel amortecedor que a China cumpriu para minorar os efeitos da ampla destruição dos meios de produção ocorrida nos Estados Unidos e na Europa no rastro da evaporação de enormes volumes de capital fictício. Por meio de investimentos elevados, a China impediu que a ‘Grande Recessão’ dos EUA se tornasse uma depressão global, especialmente por garantir mercado para grandes produtores de produtos primários na América do Sul e, assim, diminuir o contágio, pelo menos de forma imediata, colocando limites na trajetória de queda do comércio mundial. Esse movimento significou também perda de hegemonia relativa por parte dos EUA.
Os efeitos da crise de 2008-2009 na aceleração da tendência de desindustrialização estadunidense, reforçam esse argumento. Embora o declínio da indústria nos EUA possa ser apontado ainda nos anos 1970, a crise de 2008 funcionou como um catalisador, acelerando a perda de empregos e a realocação de capacidades produtivas para fora do país. No auge da crise, a produção industrial caiu mais de 20%. A General Motors e a Chrysler declararam falência e foram resgatadas pelo governo, por um valor de mais de US$80 bilhões. Em 2009, a produção de veículos leves nos EUA caiu quase 50% em relação ao início da década. Entre 2007 e 2010, os EUA perderam cerca de 2,3 milhões de empregos industriais, quase 15% da força de trabalho manufatureira total do país.
Além disso, a crise também teve impactos significativos na acentuação da crise sócio-política dos EUA. A perda de emprego, obviamente teve efeitos diretos sobre amplos setores da população. Entre 2008 e 2012, mais de 10 milhões de famílias perderam suas casas por inadimplência. Ao mesmo tempo, a retomada da economia se deu com ganhos concentrados no topo da pirâmide: os 1% mais ricos viram seus rendimentos crescerem 50% entre 2009 e 2021 enquanto os 99% tiveram ganhos irrisórios ou negativos. Não à toa emerge, em 2011, em torno do lema "Nós somos os 99%” o movimento Occupy Wall Street. Emergem também no coração dos EUA a luta anti racista em torno do Black Lives Matter. Como sinal da alta polarização, a vitória de Trump e seus ataques ao establishment dos EUA redundaram, em 6 de janeiro de 2021 na Invasão do Capitólio, tentando impedir a certificação da vitória de Biden. Estes aspectos mostram que a crise interna do país tem uma dimensão importante atualmente.
Então, realmente, torna-se difícil de não compreender que há impulsos vitais pela sobrevivência da hegemonia dos EUA sobre o mundo e de um nacionalismo interno de mesmo alcance que justificam historicamente o surgimento do MAGA e que o elemento chave para o surgimento disso é a decadência dos EUA, que o slogan não se engana ao reconhecer.
TERCEIRA TENDÊNCIA - Desglobalização e III Guerra
É relativamente simples supor a resultante do encontro entre a tendência ascendente da China com a tendência decadente dos EUA. Qual seja: a ultrapassagem. No entanto, a História não se desenrola de forma simples e há mais camadas para incorporar nessa análise probabilística, especialmente a centralidade que o dólar ainda tem e a hegemonia inconteste estadunidense no plano militar, especialmente no quesito bases militares internacionais e arsenal atômico.
A Guerra Comercial já é uma realidade, e apesar das tarifas generalizadas dos EUA para a maioria dos países, a desproporção tarifária em relação à China, revela bem seu objetivo estratégico mais amplo. A reação chinesa demonstra que não estão dispostos a ceder à chantagem das tarifas. Cai por terra a era da ilusão globalitarista, a ilusão de um mundo multipolar e multicultural, liderados pelo liberalismo estadunidense. Tudo indica que a era do livre mercado chega ao fim, atacada por seu principal artífice, os EUA. A tese de Marcos Nobre (2024) da “geopolítica da desglobalização”, que nada mais é do que a quebra da aposta em uma globalização baseada nas “vantagens comparativas”, vai se confirmando, reorientando os fluxos do comércio global que tenderão mais drasticamente a uma dinâmica de friendshoring, ou seja, a realocação de cadeias de produção e comércio para países aliados ou politicamente confiáveis, reduzindo dependência de nações consideradas instáveis ou adversárias.
Não seria a primeira vez que a superação, ultrapassagem, de uma nação sobre outra em um determinado sistema mundo ocorreria na História. Os próprios EUA se tornaram hegemônicos tomando das mãos do Reino Unido a hegemonia global. Tucídides, no século V ac, na História da Guerra do Peloponeso, tratou do conflito entre Esparta, a potência dominante, e Atenas a potência emergente. Ele afirma que:
“Foi o crescimento do poder de Atenas e o medo que isso causou em Esparta que tornou a guerra inevitável.”
Não se deve deixar cair no determinismo ao enxergar as determinações, mas é preciso saber que todo agora está repleto da sua superação, dentro dele há fortes tendências que determinam o amanhã. Relativizar estas tendências, ou pior, negligenciá-las é abdicar de toda capacidade explicativa. E a III Guerra Mundial é o nome de uma dessas tendências que precisamos impedir que se torne um destino. Trump se tornou um catalisador das possibilidades de guerra, enquanto as acirra, as acelera. As Guerras de hoje, por isso, trazem também dentro de si essa propensão a uma escalada maior.
Ernest Mandel maneja o conceito de valor de uso dos orçamentos de guerra e parece que o momento atual reforça muitos dos aspectos dessa utilidade. Absorção de capital excedente, estimulação da demanda, reforço do controle estatal, expansão imperialista seriam os principais componentes apontados por Mandel. A possibilidade de depressão nos EUA; a guerra tarifária e a necessidade de internalização de setores econômicos estratégicos; e a retomada das escaramuças interimperialistas, alimentam aqueles componentes para ampliar o valor de uso do aparato militar.
Não à toa, em 2024, os gastos militares globais atingiram um recorde histórico de US$2,46 trilhões, representando um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior, que já havia sido um recorde histórico. Destrinchando esse PIB Militar mundial, encontra-se , como era de se esperar, os Estados Unidos no topo com US$968 bilhões - 3,4% do PIB -, representando 37% do total global. Para surpresa de ninguém é seguido pela China, com US$296 bilhões - 1,7% do PIB -, equivalente a 12% do total global. O que gera alarde no capitalismo ocidental é que os próximos da lista são Rússia e Índia, com US$109 bilhões - 5,9% do PIB -, cerca de 4,5% do total global e US$83,6 bilhões - 2,4% do PIB -, respectivamente. Uma ampla coalizão europeia, incluindo parte da esquerda, clama pelo aumento do investimento militar e vem aprovando autorizações parlamentares para isso. A OTAN, inclusive, estabelece novas metas de gastos militares para seus países, saltando de 2% para 2,5% e mirando os 3%.
Dito isto, pode-se esperar para os próximos 5 anos mais recordes e os valores de uso desses recordes vão tornar o mundo um lugar muito mais perigoso. Porque, acompanhado dos gastos militares gerais, há um incremento dos investimentos no arsenal atômico. Os dados mais recentes são de 2023 e indicam incremento significativo, um recorde de US$91,4 bilhões, um aumento de 13% em relação a 2022. EUA com US$51,5 bilhões - aproximadamente 56% do total global -, seguido de China com US$11,9 bilhões, Rússia com US$8,3 bilhões e Reino Unido: US$8,1 bilhões. Foi-se o tempo que o mundo era um barril de pólvora.
Há dois conflitos que assumem principalidade estratégica na fricção interimperialista entre os blocos liderados por EUA e China. A Guerra na Ucrânia, um claro movimento de Putin para incorporar territórios estratégicos e de amortecimento militar entre a atual fronteira russa e a forte expansão da OTAN sobre ela. Este conflito mudou de qualidade com a vitória de Trump, que parece buscar atuar trabalhando para uma neutralização, ou uma diminuição da intensidade, da aliança da Rússia com a China. A sudeste dessa guerra se ensaia uma nova guerra de efeitos mundiais, qual seja, a subordinação de Taiwan pelo governo central chinês. Os treinamentos militares e o desenvolvimento de tecnologias de desembarque extensivo de tropas e equipamentos se intensificaram como nunca. Xi Jinping, na abertura do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, em outubro de 2022 afirmou que a China "nunca desistirá do uso da força" para alcançar a reunificação com Taiwan: "Insistimos em lutar pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a maior sinceridade e os melhores esforços, mas nunca prometeremos desistir do uso da força e reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias." Em um discurso de Ano Novo em dezembro de 2024, Xi Jinping reforçou que "ninguém pode interromper a tendência histórica de reunificação nacional". Os EUA, por seu turno, ampliaram os exercícios militares na região em conjunto com Filipinas, Austrália e Japão, ao mesmo tempo que aprofundaram a cooperação militar com Taiwan, inclusive com o envio de tropas, programas de formação e investimentos técnicos.
A III Guerra é uma possibilidade latente dos tempos atuais, seu nome está na boca dos dirigentes políticos mundiais e estampa os jornais do mundo. Ela não é uma necessidade inevitável, mas já se escuta os seus tambores.
COMENTÁRIOS FINAIS
Trabalhar com tendências é uma forma de fugir aos determinismos sem perder as determinações que vão levando a história em um sentido e não em outros. Parece que o conflito EUA x China será o parteiro de uma nova ordem global. No capitalismo tardíssimo segue atual a teoria do imperialismo e o papel central que nele cumprem a centralização e a concentração do capital. E o nível destes indicadores nos tempos atuais alcançaram os píncaros.
Estamos, evidentemente, diante de um grande enfrentamento inter imperialista. As potencialidades de uma aproximação com a China no enfrentamento da ordem dominante atual só podem se desenvolver até o limite de uma possível escalada bélica. É na dialética entre a atuação para colapsar de vez o Consenso de Washington - que pode ser uma forma de denominar a atual ordem global - e, portanto, estar aberto para aproximações táticas de iniciativas do tipo BRICS, de um lado. E a construção de um campo anti imperialista, anticapitalista e contra a guerra, de outro.
Países como o Brasil não tem capacidade de sair da sua atual condição dependente, sem alianças geopolíticas. Por outro lado, sabemos que a dinâmica de concentração e centralização do capital em curso na China não é inteiramente domável pelo controle do Partido Comunista Chinês, ao contrário, o capital e sua capacidade de auto valorização e expansão tem capacidade para engolfar tudo à sua volta. E se a URSS sucumbiu porque não teve capacidade de competir no terreno da produtividade capitalista, a China sofre do problema inverso, ao almejar se tornar o maior país capitalista do mundo, carrega consigo a necessidade da expansão de um imperialismo de tipo chinês para sustentar esse voo.
Não é um cenário de muitas possibilidades, ao contrário, as tendências em questão conformam um caminho estreito para um terceiro campo internacional. Não se deve abdicar de construí-lo, mas é preciso saber que essa construção se dá dentro de margens rígidas e que, portanto, é necessário dosar flexibilidade tática na firmeza estratégica. Talvez, seja na luta contra a terceira tendência, qual seja a da Guerra Mundial, que melhor se possa conformar esse terceiro campo. O campo da unidade internacional dos oprimidos, aquele fundado por Rosa, Lênin, Trotsky ao romper com o chauvinismo da II Internacional. O campo de uma nova forma de produzir e distribuir riquezas. O campo da democracia ecossocialista.