Brasil e 23 países da Celac pedem cessar-fogo em Gaza e destacam ‘intransigência’ de Israel

Victor Ohana

 

Países que integram a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac, divulgaram uma declaração conjunta em que pedem cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza e apontam “intransigência” do governo de Israel. O documento tem 24 signatários, entre eles o Brasil.

O texto destaca a morte de 30 mil palestinos desde o início dos ataques israelenses e reforçam a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas pela interrupção do conflito.

“Conscientes da intransigência refletida nas declarações do governo de Israel e do agravamento da crise humanitária em Gaza, deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30 mil palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina”, dizem.

“Endossamos fortemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas de um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza e de que todas as partes no conflito cumpram o direito internacional, nomeadamente no que diz respeito à proteção de civis”, afirmam os países.

Os chefes de Estado signatários também reivindicam que se tome nota dos casos em curso perante a Corte Internacional de Justiça “para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio”.

Os países exigem ainda a “libertação imediata e incondicional” de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas, além de manifestar apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina.

Em um dos tópicos, a Celac recorda resoluções da Assembleia da ONU e do Conselho de Segurança e reitera “a importância crucial do estabelecimento de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas”.

O bloco informa também que foi convocado um mecanismo para monitorar o impacto da incursão israelense na Palestina, sob a presidência pro tempore de Honduras.

Em nota, o governo brasileiro declarou que o documento “amplia o clamor da comunidade internacional por um cessar-fogo”. Durante a reunião, o presidente Lula (PT) chamou a operação israelense de “carnificina”.

A reunião ocorreu na última semana, em Kingstown, em São Vicente e Granadinas.

 

Veja os países que assinaram o documento

Antígua e Barbuda;

Bahamas;

Barbados;

Belize;

Bolívia;

Brasil;

Colômbia;

Cuba;

Chile;

Dominica;

República Dominicana;

Granada;

Guiana;

Haiti;

Honduras;

Jamaica;

México;

Nicarágua;

São Cristóvão e Neves;

Santa Lúcia;

São Vicente e Granadinas;

Suriname;

Trinidad e Tobago;

Venezuela.