Equipe Radar Internacional
O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais do Equador demonstram uma profunda divisão política no país andino.
Com cerca de 92% dos votos apurados, o atual presidente, o grande empresário e direitista Daniel Noboa, está com 44,31% dos votos apurados, enquanto a principal candidata de oposição, Luisa González, do progressista Revolução Cidadã, conquistou até agora 43,83%, uma diferença de menos de 0,5% dos votos. Inclusive, sequer está descartado que Luisa assuma a dianteira, até a finalização da apuração do primeiro turno.
Com os números atuais, já está consolidado que haverá um segundo turno para definir quem estará na presidência do Equador nos próximos 4 anos. O segundo turno acontecerá no dia 13 de abril.
Em terceiro lugar, aparece o atual presidente da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leonidas Iza, candidato do partido de esquerda Pachakutit, com 5,26%. Ele é uma das principais lideranças dos movimentos sociais equatorianos, e se destaca também na oposição ao atual governo de Noboa.
Este cenário coloca como uma possibilidade real a derrota da reeleição de Noboa, pois existem grandes expectativas de Leonidas apoie Luísa González no segundo turno.
Se a candidata da Revolução Cidadã for eleita, se tornaria a primeira mulher presidente do Equador. Luisa também tem o apoio de Rafael Correa, ex-presidente progressista do Equador.
Caso se confirme a derrota da reeleição de Noboa, as eleições equatorianas marcariam a primeira derrota de um aliado de Trump e da extrema direita na região.
Afinal, Noboa foi um dos poucos presidentes de países latino-americanos que estiveram recentemente na posse de Trump, além de ter se aproximado muito da agenda da extrema direita no último período, em especial da política de criminalização da pobreza e de encarceramento em massa de Nayib Bukele, o sinistro atual presidente neofascista de El Salvador.
Neste segundo turno, a eleição de Luisa é o único caminho possível para derrotar a direita e a extrema direita. Portanto, os movimentos sociais e a esquerda, não só no Equador como em toda a América Latina, devem expressar desde já o apoio a eleição de Luisa González, no próximo mês de abril.