Via Esquerda.net
Socialista obteve os apoios determinantes do Juntos pela Catalunha de Carles Puigdemont e da Esquerda Republicana Catalã (ERC) mediante acordos assinadas com ambas as formações políticas, que não as vinculam a qualquer posição à investidura do presidente do Governo.
Pouco antes da sessão inaugural do novo Congresso de Deputados espanhol, o partido Juntos pela Catalunha (Junts), de Carles Puigdemont, anunciou “um acordo de princípio” para “facilitar” a eleição da candidata proposta pelo PSOE para presidir à Mesa do Congresso, o órgão máximo da câmara baixa do Parlamento espanhol. Francina Armengol, ex-presidente das ilhas Baleares, conhecida por promover a língua catalã, obteve maioria absoluta, com 178 votos a favor no total dos 350 deputados espanhóis.
Ainda assim, Puigdemont advertiu esta quinta-feira o PSOE de que a posição de Junts em relação à investidura de Pedro Sánchez está "exatamente onde estava depois das eleições", e frisou que o pacto desta quinta-feira se circunscreve à Mesa do Congresso. Também a ERC frisou que esta decisão não prejudica a posição final a adotar aquando da investidura do presidente do Governo.
O acordo assinado com a ERC inclui a utilização imediata do catalão no Congresso e nas relações entre os cidadãos e a Administração, o compromisso de avançar na desjudicialização do "conflito político catalão" pelas "as vias legais necessárias" o que pressupõe, de acordo com a ERC, impulsionar, inclusive, a tramitação e eventual aprovação de uma lei de amnistia.
Frente ao Junts, o PSOE comprometeu-se a impulsionar de imediato a utilização do catalão no Congresso, bem como a criar uma comissão de inquérito sobre a espionagem através do software Pegasus de deputados e pessoas relacionadas com o independentismo. Provavelmente, será ainda promovida uma comissão sobre os atentados do 17 de agosto na Catalunha.
O Vox levou a votações o seu próprio candidato para presidir a Mesa do Congresso e anulou as possibilidades do PP. A popular Cuca Gamarra, apoiada pelo PPP, União do Povo Navarro e Coligação Canárias, obteve 139 votos e Ignacio Gil Lázaro, do Vox, 33.
O popular Pedro Rollán, assumirá a presidência do Senado, obtendo o controlo absoluto da Câmara Alta, onde terá quatro dos sete postos da Mesa. A legislatura arrancará com um hemiciclo incompleto, com o Senado a constituir-se com 259 dos 266 representantes que o conformam. Ficam por designar sete parlamentares por designação autonómica em Múrcia, Aragão, Astúrias, A Rioja e Navarra.