Manlio Dinucci 31.5.2024
O presidente Biden autorizou a Ucrânia a “conduzir ataques limitados dentro da Rússia com armas de fabricação americana”, disseram autoridades americanas. Alguns aliados dos EUA já tinham ido mais longe. Há várias semanas, a Grã-Bretanha permitiu que a Ucrânia utilizasse os seus sistemas de mísseis Storm Shadow de longo alcance para ataques em qualquer parte da Rússia, e a França e a Alemanha assumiram recentemente a mesma posição.
A decisão anunciada pelo Presidente Biden deve-se, em particular, à pressão do Secretário de Estado Anthony Blinken para eliminar as restrições à utilização de armas dos EUA pela Ucrânia. O Secretário-Geral da OTAN, Stoltenberg, foi encarregado de pré-anunciar a decisão de Washington aos Aliados Europeus. Falando no conselho da União Europeia, disse: “De acordo com o direito internacional, a Ucrânia tem direito à legítima defesa. E o direito à autodefesa também inclui atacar alvos militares legítimos dentro da Rússia.”
Ao mesmo tempo, a Polônia anunciou a compra de mísseis de longo alcance dos Estados Unidos e declarou “prontidão para receber armas nucleares da OTAN”. O mesmo se aplica à Suécia: assim que aderiu à OTAN, declarou-se “disponível para acolher armas nucleares dos EUA em caso de guerra”.
A França testou um novo míssil nuclear lançado do ar e destinou 13% do orçamento militar para a construção das suas armas nucleares.
Os objetivos na Rússia contra os quais são dirigidos os mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos e outros países da OTAN à Ucrânia são demonstrados pela informação transmitida por Kiev de que um “drone ucraniano teve como alvo um segundo radar militar russo de longo alcance”. É um radar de alerta precoce, projetado para identificar mísseis balísticos, inclusive hipersônicos, e helicópteros a até 10 mil km de distância.
É impossível que o exército ucraniano seja capaz de realizar sozinho um ataque deste tipo nas profundezas do território russo. O exército ucraniano enfrenta dificuldades crescentes, tanto que Kiev emitiu uma lei que permite o recrutamento nas prisões de prisioneiros de direito consuetudinário, incluindo criminosos, prontos para ir para a frente em troca de liberdade.
Além disso, um ataque deste tipo requer uma rede militar de satélites que a Ucrânia não possui. Aqueles que levam a cabo ataques deste tipo contra a Rússia são, na realidade, as forças dos EUA e as da OTAN sob o comando dos EUA. Países como a Itália, que “acolhem” as armas nucleares dos EUA, ao violarem o Tratado de Não Proliferação, vêem-se portanto transformados na linha da frente de um confronto nuclear com a Rússia, mais perigoso do que o da Guerra Fria.
Breve resumo da crítica de imprensa do Grandangolo de sexta-feira, 31 de maio de 2024, às 21h30, no canal Byoblu . https://www.byoblu.com/category/grandangolo-pangea/