Honduras: uma tentativa de golpe em curso, com apoio do governo Trump

Nota da Redação

As eleições presidenciais hondurenhas estão marcadas para o próximo domingo, dia 30 de novembro. Além da próxima presidência, os hondurenhos escolherão o novo Congresso Nacional, Prefeituras e Câmara de Vereadores.

A atual presidenta de Honduras é Xiomara Castro, da organização Liberdade e Refundação (Libre), um Partido de centro-esquerda, que ao chegar ao poder interrompeu décadas de governos de direita, encabeçados pelo Partido Nacional ou pelo Partido Liberal.

As eleições presidenciais hondurenhas são realizadas em turno único e sem direito a reeleição. Portanto, Xiomara não pôde concorrer, e o Libre lançou sua ex-Ministra de Finanças, Rixi Moncada, como sua candidata presidencial, para defender o legado do atual governo e desenvolver o que chamam de “projeto do socialismo democrático”.

O grave problema em curso é que o Partido Liberal e o Partido Nacional estão se articulando com o governo Trump e a OEA para interferir nas eleições do próximo domingo. Se apoiando em áudios vazados, que já foram considerados falsos pela justiça eleitoral hondurenha, estão afirmando que o atual governo quer fraudar às eleições.

Na semana passada, O Comitê de Assuntos Exteriores dos EUA emitiu um comunicado afirmando que o atual governo está operando ações que poderiam “afetar a jornada eleitoral”, que Xiomara estaria querendo “manipular” estas eleições, trilhando “o mesmo caminho de Venezuela e Nicarágua”.

O próprio candidato opositor, do Partido Liberal, Salvador Nasralla, chegou a viajar aos EUA, comparecendo a este comitê para reforçar suas denúncias fraudulentas. a direção da OEA (Organização dos Estados Americanos), dominada pela direita, também emitiu uma nota que reforça a campanha mentirosa de que o atual governo poderia estar querendo fraudar estas eleições.

Portanto, as eleições do próximo domingo estão sob grave ameaça. A direita hondurenha, apoiada pela OEA e o governo Trump, quer passar por cima do voto legítimo do povo honduenho. É urgente a defesa de eleições realmente livres e democráticas. O momento exige a máxima atenção da esquerda e dos movimentos sociais latinoamericanos.

Lembrando sempre que Honduras tem um histórico de golpes e ditaduras. Como em 2009, no golpe que derrubou o governo legítimo de Manuel Zelaya.

Veja os 3 principais candidatos presidenciais:

Rixi Moncada, ex-Ministra de Finanças do atual governo, é a candidata do partido de centro-esquerda Libre - Liberdade e Refundação. Foi também Secretária de Trabalho do governo de Manuel Zelaya, derrubado por um golpe de estado em 2009.

Nasry Asfura, candidato do direitista Partido Nacional, principal partido de oposição, grande empresário do ramo da construção civil e ex-prefeito de Tegucigalpa. Nas eleições presidenciais passadas obteve 37% dos votos.

Salvador Nasralla, ex-apresentador de TV, do também direitista Partido Liberal, chegou a participar do atual governo mas depois rompeu e, atualmente, se se aproxima do governo Trump.

Com informações do Brasil de Fato e do Giro Latino.