Mais de 60 deputados australianos pedem aos EUA libertação de Julian Assange

Membros da Câmara dos Representantes e do Senado da Austrália apoiam viagem a Washington, agendada para a próxima semana, de uma pequena delegação multipartidária e defendem que a acusação contra Assange deve ser retirada e o fundador do Wikileaks deve ser libertado de imediato.

Em carta aberta, citada pelo The Guardian, os 63 deputados e senadores frisam ser da “opinião de que a acusação e o encarceramento do cidadão australiano Julian Assange devem acabar”.

Os subscritores da missiva lembram que o assunto “se arrastou por mais de uma década” e assinalam que é “errado que Assange seja ainda mais perseguido e lhe seja negada a liberdade, tendo em consideração a duração e as circunstâncias da detenção que já sofreu”.

“Não serve para nada, é injusto, e dizemos claramente – como os amigos devem ser sempre honestos com os amigos – que a perseguição prolongada ao Sr. Assange desgasta a base substancial de consideração e respeito que os australianos têm pelo sistema de justiça do Estados Unidos da América”, lê-se na carta.

Os deputados e senadores australianos referem concordar com os comentários do primeiro-ministro, Anthony Albanese, de que “já basta”, e de que a prisão de Julian Assange de nada serve. E saúdam o recente apoio do líder da oposição, Peter Dutton, enfatizando que esta posição bipartidária foi “correspondida pelo amplo apoio interpartidário e independente dentro do próprio Parlamento australiano, que, por sua vez, reflete as opiniões fortemente defendidas pela comunidade australiana”.

“Que não haja dúvidas de que, se Julian Assange for extraditado do Reino Unido para os Estados Unidos, haverá um clamor forte e sustentado na Austrália”, alertam.

Os políticos australianos congratulam “o apoio considerável nos Estados Unidos para o fim da perseguição legal a Assange por parte de membros do Congresso, defensores dos direitos humanos, académicos e da sociedade civil, e de dentro dos media dos EUA em defesa da liberdade de expressão” e jornalismo independente”. “Com base nisso, pedimos aos congressistas, membros da imprensa e outras partes interessadas relevantes da sociedade civil nos Estados Unidos que se manifestem agora pelo fim da acusação e detenção de Julian Assange”, escrevem.

Assange permanece na prisão de Belmarsh, em Londres, enquanto luta contra uma tentativa dos EUA no sentido de extraditá-lo para enfrentar acusações – inclusive ao abrigo da Lei de Espionagem.