Meio milhão de manifestantes encheram Londres contra o genocídio em Gaza

A manifestação deste sábado para lembrar os 77 anos da Nakba foi uma das maiores desde o início do genocídio.


Londres assistiu este sábado a uma das maiores manifestações pela Palestina, numa altura em que Israel condena a população de Gaza à fome e à sede e os governos em todo o mundo nada fazem para impedir o genocídio em curso.

Os organizadores falam em mais de meio milhão de pessoas nesta marcha para lembrar os 77 anos da Nakba, a expulsão dos palestinos das suas terras por parte dos ocupantes sionistas. A marcha que percorreu o centro de Londres entre o Embankment e Downing Street, passando pelo Big Ben e cruzando o Tamisa para Waterloo, foi convocada a nível nacional por várias organizações como a Palestine Solidarity Campaign, Friends of Al-Aqsa, Muslim Association of Britain, Stop the War Coalition, ou o Palestinian Forum in Britain.

Para além do governo de Netanyahu que destruiu à bomba as casas e infraestruturas da Faixa de Gaza, matando mais de 50 mil pessoas e tonando o território quase inabitável para a restante população, o principal alvo das críticas foi o primeiro-ministro Keir Starmer, a quem acusam de cumplicidade com o genocídio. Starmer disse aos deputados esta semana que o bloqueio israelita é "intolerável", sem no entanto ir mais longe do que prometer trabalhar com outros países para retomar a entrada da ajuda humanitária em Gaza. Quanto à pressão crescente sobre o governo britânico para o reconhecimento do Estado da Palestina, Starmer nada disse na sessão parlamentar.

O movimento de solidariedade com a Palestina tem saído às ruas em Inglaterra há 19 meses e conseguiu agora mostrar-se revigorado apesar das campanhas de perseguição por parte do Governo. Alguns dos porta-vozes dos principais movimentos são alvo de processos judiciais e visitas da polícia e o Governo acusa o movimento de ser uma ameaça para os judeus.

Opinião diferente tem Stephen Kapos, sobrevivente ao Holocausto presente na marcha. "Eles já perceberam que a população está esmagadoramente contra o que está a acontecer em Gaza. Só conseguem responder com insultos e calúnias a estas marchas - mas não estão a ter sucesso", afirmou Stephen ao jornal Socialist Worker. "É mentira que estas marchas sejam lugares perigosos para os judeus - somos sempre muito bem recebidos”, acrescentou o seu filho Peter..