Obrador reitera apoio a Castillo e povo do Peru: "OEA faz vista grossa e ONU não intervém"

Redação Prensa Latina

No último dia 28, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou duramente as Nações Unidas (ONU) e a Organização de Estados Americanos (OEA) por sua passividade ante graves problemas políticos e sociais.

Ao responder sobre declarações do departamento antidrogas (DEA) dos Estados Unidos de que o cartel de Sinaloa está presente em 40 países, desafiou a porta-voz do órgão a demonstrá-lo com dados e provas.

O problema, disse, é que entre estes organismos dos Estados Unidos há muita descoordenação, mas suas declarações têm muita repercussão.

A esse respeito, disse que a ONU só se pronuncia quando se trata de afetar governos surgidos de movimentos populares e democráticos e perguntou aos jornalistas se ouviram pronunciamentos sobre o narcoestado que se fez com o ex-presidente mexicano Felipe Calderón (2006-2012).

“A ONU se pronunciou sobre Genaro García Luna, sobre o desaparecimento de pessoas naquele Governo? Não, já basta de simular. Manifestou alguma preocupação com a destituição do presidente legal e legítimo do Peru (Pedro Castillo), que está encarcerado apesar de que aqueles que o destituíram assassinaram 60 pessoas?

 

Denúncias

Denunciou que há muitas organizações chamadas de não governamentais que atuam em função dos interesses que representam, que não são os dos povos, assim como acontece com a OEA e com a ONU.

Afirmou que no período neoliberal atuaram para evitar que nos ocupássemos todos de defender os recursos naturais da nação e nos déssemos conta que estavam nos saqueando, que uma minoria se tornava cada vez mais rica à custa dos povos, e que prosperasse a desigualdade no mundo com mais de um bilhão de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia; isso a ONU não vê.

O líder mexicano apontou ainda que as Organização das Nações Unidas “permite calada a acumulação de capitais em poucas mãos como nunca na história, enquanto as pessoas morrem de fome, e a partir desta desigualdade surgem como fungos milhares de supostas ONGs, todas controladas pelos potentados políticos e econômicos como parte de uma grande simulação supostamente de defesa dos direitos humanos”, afirmou.

“E o que fazem a esse respeito a OEA e a ONU?”, questionou, lembrando o silêncio e as tergiversações também no caso dos 43 estudantes normalistas desaparecidos e assassinados de Ayotzinapa e as críticas ao Governo do México.

E sobre isso, prosseguiu: “Que governo no mundo tem presos dois generais e outras 120 pessoas por um caso criminoso? [...] No entanto, não concordam, mas não por este caso, e sim pelas mudanças que estão sendo realizadas no país, o que significa que não estão de acordo com que o Governo esteja a favor do povo, e que já não podem roubar. Este é o fundo e é um tema ideológico”.

Obrador também revelou que acabava de receber uma carta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre sua intenção de ajudar o México porque lá está Tomás Zerón, um dos que participou da fabricação do delito, da chamada verdade histórica para ocultar, tergiversar e encerrar a investigação sobre a execrável matança dos 43 jovens.