"Quando um povo assume com dignidade uma luta, não há nada que o detenha"

Entre os dias 11 e 12 de setembro de 2025, o Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) realizou um Congresso Extraordinário, em Caracas. O motivo da convocação do congresso é a situação de segurança do país, em meio aos exercícios militares estadunidenses realizados próximos à costa venezuelana e do ataque a um barco que saía da Venezuela em direção aos Estados Unidos, deixando 11 pessoas mortas.

A seguir, reproduzimos a fala do Capitão Diosdado Cabello Rondon, Secretário Geral do PSUV, realizada durante a Plenária Extraordinária do V Congresso do partido. Recordando as palavras de Simón Bolívar, Hugo Chávez e, até mesmo, de Salvador Allende, Rondon afirma que, diante da atual ofensiva imperialista estadunidense, a Venezuela está pronta para passar da fase da revolução pacífica para a revolução armada.



Caracas, 11 de setembro de 2025.

Capitão Diosdado Cabello Rondon


Saúdo a todos. O apoio e o compromisso com a revolução nos faz participar deste congresso, convocado e ordenado pelo irmão presidente Nicolás Maduro, em um momento em que a nossa pátria, a pátria venezuelana, a pátria de Bolívar, de Chávez e das crianças da Venezuela está sendo assediada pelo imperialismo.


E quando dizemos assediadas pelo imperialismo, dizemos isso com as consequências do que significa um assédio para um povo; temos visto muitas ameaças desde que a revolução bolivariana chegou ao poder pelas mãos do nosso povo e do comandante Chávez, vimos e passamos por muitas situações, passamos inclusive por golpes de Estado, e não foram um nem dois; vimos tentativas de invasões, o 23 de fevereiro, tentativas de magnicídio, algumas frustradas e outras não, como por exemplo o assassinato do comandante Hugo Chavez, dirigido, sem dúvida, pelo imperialismo norte-americano, executado pelo imperialismo norte-americano.


Passamos por muitas situações, mas sem dúvida a que vivemos nos últimos tempos supera com todos os requisitos qualquer outra que a nossa pátria viveu nos últimos anos. Das ameaças, das ciladas, da retórica do imperialismo, passou-se a um nível superior de assédio, a agressão, a uma tentativa de escalar um conflito com esse povo humilde, este pequeno povo, somos 30 milhões de habitantes, apenas 30 milhões, e nos acusaram de barbaridades que só são praticadas por quem nos acusa, desde terroristas a ser declarados inimigos estrangeiros do povo da Venezuela em território norte-americano. Nos acusaram de dirigir o narcotráfico mundial, nos acusaram de estar vinculados aos grupos terroristas do mundo, cuja maioria certamente foi criada pelo imperialismo norte-americano, e aguentamos o vendaval.


Herança Histórica


Este povo, graças a grandeza do nosso povo, e nestas circunstâncias, uma pessoa pode dizer “por onde começamos a colocar em contexto onde estamos, para onde vamos, mas sobretudo de onde viemos. Eu vou ler, e sempre alguém tem que recorrer ao pai da pátria Bolívar, vou ler o discurso de Bolívar para a sociedade patriótica de 04 de julho de 1811, onde expressou a necessidade de unidade para garantir a independência da Espanha.

“Não é que existem dois congressos. Como os que conhecem mais a necessidade da união vão fomentar a divisão? O que queremos é que essa união seja efetiva, para animar a nossa liberdade, para que possamos nos unir para repousar, para dormir nos braços da apatia, ontem foi um declínio, hoje é uma traição.

Discute-se no Congresso Nacional o que já deveria estar decidido. E o que dizem? Que devemos começar por uma confederação, como se todos não estivessem confederados contra a tirania estrangeira. Que devemos atender os resultados da política da Espanha. Que importa se a Espanha venda ou fique com seus escravos se estamos decididos a ser livres? Essas dúvidas são tristes efeitos das antigas cadeias, que os grandes projetos devem sempre ser preparados com calma.


300 anos de calma não são suficientes? A junta Patriótica respeita como se deve o Congresso da Nação, mas o Congresso deve ouvir a Junta Patriótica, centro de luzes e de todos os interesses revolucionários. Ponhamos sem temor a pedra fundamental da liberdade sul-americana. Vacilar e se perder.”


Era um jovem Bolívar, 1811, muito jovem, para alguns, mas já com a decisão de ser livre.


O que nos importa, o que importava a eles em 1811? Que a Espanha fizesse o que tivesse vontade, se eles estavam naquele momento dispostos a serem livres e a Espanha era o império mais poderoso daquela época ou estava entre os mais poderosos.


Vou ler este outro, que é um extrato da Carta de Jamaica, escrito pelo libertador Simón Bolívar no dia 06 de setembro de 1815, em Kingston, Jamaica. Ou seja, quatro anos depois.


“O sucesso coroará nossos esforços porque o destino da América está fixado. Irrevogavelmente, o laço que a unia a Espanha está cortado, a opinião era toda a sua força; por ela estreitaram-se mutuamente as partes daquela imensa monarquia, o que antes as ligava, agora as divide. Maior e o ódio que nos inspira do que o mar que nos separa dela. Menos difícil é unir os dois continentes do que reconciliar os espíritos de ambos os países. O hábito da obediência, um comércio de interesses, de luzes, de religião, uma recíproca benevolência, um pedido terno pelo berço e pela glória de nossos pais, enfim, tudo o que formava a nossa esperança vinha da Espanha. Daqui nascia um princípio de adesão que parecia eterno, não obstante que a má conduta de nossos dominadores não demonstrasse essa simpatia, ou, melhor dizendo, este apego forçado pelo império da dominação. No presente, ocorre o contrario.


A morte, a desonra, o quanto é nocivo nos ameaça e nós tememos. Todos sofremos dessa desnaturalizada madrasta. O véu foi rasgado e vimos a luz, mas querem nos fazer voltar para as trevas. Quebraram as cadeias. Nos tornamos livres e nossos inimigos pretendem nos escravizar de novo. Portanto, a America combate com despeito e raras vezes fomos arrastados pelo desespero depois da vitória.” O Pai Bolívar.


Se nós lêssemos isso hoje, acredito que seja a mesma situação, porque os inimigos da pátria, os internos e os externos, querem voltar à colônia. Aquela, como ele disse, desnaturalizada madrasta, quer nos colonizar novamente, quer nos converter em seus escravos.


Descrevendo a realidade


Existe também um padrasto que acredita que é o dono do mundo hoje e quer nos fazer regressar às trevas com a cumplicidade e participação de alguns que tiveram a sorte de nascer nesta terra, mas que não se sentem venezuelanos. Porque ninguém que nasceu nesta terra poderia estar se prestando para que interesses estrangeiros causassem danos aos filhos desta pátria, da pátria venezuelana. Nem os padrastos nem as madrastas. Nós somos livres e seguiremos sendo livres. De que se nutriu o imperialismo norte-americano? De mentiras. E a primeira vez que o imperialismo norte-americano faz isso? Não. Já fez isso infinitas vezes. O império sempre mente, jamais diz a verdade, sempre mente, tem o hábito de mentir. O imperialismo deixou correr mentiras contra a Venezuela, assim como deixou de correr mentiras contra o Iraque, as armas de destruição massiva. Deixou que se espalhasse mentiras contra a Venezuela que já circulavam em outros lugares e que culminaram com a invasão desses lugares e com uma grande quantidade de assassinatos cometidos pelo imperialismo, pelo imperialismo norte-americano. Alguns desses assassinos receberam até o prêmio Nobel da Paz por assassinar o povo.


Há poucos dias, o mundo sabe, na coletiva de imprensa do chefe da administração do imperialismo, o imperador, na roda de imprensa, disse que acabara de destruir um barco que havia saído da Venezuela com destino aos Estados Unidos e havia mortos, haviam matado 11 tripulantes, que esse barco estava carregado de drogas para envenenar o povo dos Estados Unidos. Tremenda mentira. Não era nem um barco, era uma lancha muito pequena. Segundo os vídeos que eles mesmos apresentaram, se você colocar 11 pessoas dentro dessa lancha, não cabe mais nada. Porque quando essas lanchas pegam alto-mar, os pescadores têm que levar gasolina para a volta, para não ficar à deriva em alto-mar. Mas eles determinaram na escuridão, sob uma técnica especial, imagino que eram delinquentes de um grupo satanizado na Venezuela e nos Estados Unidos, chamado o Trem de Aragua.


Nós não defendemos narcotraficantes nem defendemos assassinos. Nunca fizemos isso. Combatemos aqui o narcotráfico e os grupos criminosos. Mas o imperialismo, quando fez essa confissão, confessou que assassinou 11 pessoas, sem julgamento, utilizando o exército, dizendo que tinha assassinado essas pessoas porque eram do “Trem de Aragua”. Como identificaram que eram do Trem de Aragua? Tinham um código QR? E leram este código desde cima, na escuridão. Confessaram abertamente que tinham assassinado 11 pessoas.


Nós fizemos nossas investigações aqui no nosso país e encontramos a família de pessoas desaparecidas que clamam por ver seus parentes e quando perguntamos aos povoados, ninguém e do “Trem de Aragua”, nem e narcotraficante, nem levava droga. Cometeu-se um assassinato contra um grupo de cidadaos, utilizando uma força letal. O que é que se estila quando se detecta droga? Bombardear o barco ou tomá-lo para determinar quanta droga levam e prender os que levam a droga? O que é que o direito internacional estabelece?


Hoje em dia, claro, quando sai a notícia, os grandes meios de comunicação logo se pronunciaram, acolheram a mensagem oficial do imperialismo. Não houve dúvida razoável de que os assassinados eram do Trem de Água e levavam droga em alto-mar. Hoje em dia a opinião pública mundial está despertando e começa a fazer perguntas reais. Por que os assassinaram? Qual é o objetivo dos Estados Unidos? E atacar o combate às drogas, e combater as drogas? Se isso fosse verdade, os Estados Unidos deveriam ter sua frota inteira no Pacifico, que é por onde sai 87% da droga produzida na Colômbia. Mas eles estranhamente estão atacando por onde supostamente sai 5% dessa mesma droga. Números não nossos, são números do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, números oficiais.


A Venezuela não tem plantações de folhas de coca nem de maconha em lugar nenhum. A Venezuela nao tem laboratorios. Esse mesmo informe afirma isso. A Venezuela é um território livre de laboratórios para processamento de folhas de coca ou de qualquer outro tipo de droga. E o trânsito pela Venezuela é desprezível do ponto de vista estatístico, comparado com outros setores.


Ah, mas a Venezuela tem petróleo, a Venezuela tem gás, a Venezuela tem ouro, a Venezuela tem água, mas vou lhes dizer uma coisa, a Venezuela também tem dignidade. E esta mensagem é para os que acreditam nesse discurso de nos acusar do que eles fazem. Porque qual é o maior cartel de drogas do mundo? A DEA, a DEA. Alguém de vocês já viu, mesmo que seja em filmes? Aproveito que estão os irmãos convidados, como funciona nos filmes a captura ou a destruição de um cartel de drogas nos Estados Unidos. Nem em filmes vimos isso. Nem em filmes!


Essa é a mentira que querem usar contra nós, porque no fundo eles não estão lutando contra nenhum grupo que traficava drogas, o que eles querem é acabar com a revolução bolivariana e nós, como partido, temos que tomar uma decisão determinante, nos como partido, porque ate agora esta foi uma revolução pacífica.


O nosso comandante nos dizia, isso é uma revolução pacífica, mas armada. Chávez nos disse isso muitas vezes. O Partido Socialista Unido de Venezuela, e nossos partidos aliados, o Grande Polo Patriotico, devemos tomar uma decisão, porque o imperialismo está decidido a nos agredir. Está decidido a fazer isso. Ninguém no mundo acredita nas suas mentiras, mas estão decididos a nos agredir.


O que faremos


Que resposta vamos dar? Vamos ficar com os braços cruzados? Nos venezuelanos e venezuelanas não somos assim. Temos anos de história desde os nossos caciques, mulheres e homens que enfrentaram o conquistador espanhol. Não apenas o enfrentaram, como resistiram até que mais da metade foram assassinados no maior genocidio da história e, enquanto em outros lugares podem se acostumar a estar submetidos, aqui na Venezuela não nos acostumamos; enquanto em outros lugares podem gostar da ideia de que ser colônia e melhor, nós não aceitamos isso. Nós estamos convencidos de que como povo livre estaremos não apenas melhores, como também nosso povo terá sua liberdade.


Não tem sido fácil até onde chegamos, irmãos e irmãs. O que assomam os especialistas daqui e de outros países? (especialistas, quero dizer aqui, managers de tribuna). O enorme poderio militar dos Estados Unidos é indiscutível. Ninguém discute. Soma-se a isso os bárbaros que governam, mas, assim como ninguém discute, ninguém pode nos tirar o direito de lutar. Nada nem ninguém nos vai tirar esse direito, o que faz a nossa luta, uma luta autenticamente justa, autenticamente justa porque estaríamos lutando pela nossa independência, estaremos lutando pela nossa soberania, mas também estaríamos lutando contra o opressor, contra o bonitão do bairro. Vocês que estão aqui irmãos delegados, irmãs delegadas, são líderes eleitos pelas bases do partido e nessas situações quem tem funções de liderança deve estar na linha de frente da batalha.


Por isso um irmão presidente nos convocou, porque nós temos que tomar uma decisão nesta plenária de passar para uma fase superior para defender a nossa pátria, obrigado! Porque este exército grande, quando enfrenta uma nação pequena, que decide enfrentá-lo pelos métodos convencionais, normalmente termina vencendo o exército grande, mas o imperialismo e seus aliados de dentro e de fora devem ter claro, que quando um povo assume com dignidade uma luta, e ainda mais esta é uma luta justa, não há nada que o detenha e foi assim como vimos povos pequenos que se impuseram e derrotaram grandes exércitos. Quem quiser recordar o Vietnã, pode recordá-lo. Mas para além de Hollywood, o que foi que passou realmente no Vietnã?


Quando um povo pequeno e sem armas, mas com uma vontade férrea e unido, unido, foi capaz de dar uma lição soberana ao imperialismo norte-americano. Não e com a guerra convencional. Não e com a guerra convencional. É outro tipo de guerra e temos que passar para esta fase e nos preparar para esta fase. Isso é amor à liberdade. Temos que passar desta revolução pacífica a uma revolução armada, a uma luta armada pela pátria, pela nossa independência, pela nossa soberania, contra o opressor.


Alerta, alerta, alerta que caminha! A espada de Bolívar pela América Latina!


Alerta, alerta, alerta que caminha! A espada de Bolívar pela América Latina!


Por isso, por isso, queridos irmãos e queridas irmãs, nós temos avançado. Viemos avançando. E nesta guerra, que não será convencional por nada, nós vamos fazê-la em todos os lugares, em todos os terrenos, em todas as frentes e com tudo o que tivermos em mãos. Vocês verão o que os entreguistas que estão aqui vão fazer. Verão o que vão fazer. Mas na hora de defender a pátria, a dúvida e traição a nossa pátria e esse inimigo imperial, deve ter isso bem claro, daqui, deste humilde país, pequeno, deve saber que não vai nos derrotar em dois dias. E se se meterem com a Venezuela, essa guerra não vai durar dois dias, nem três, nem quatro, nem cinco, serão cem anos de guerra, mas vamos derrotá-lo. Vamos vencer!


O povo em armas, em defesa da pátria. O que significa isso? Que todo o mundo vai andar em guerra? Não, aqui vamos seguir trabalhando. Vamos seguir produzindo. Mas vamos usar os ensinamentos de outros povos e vamos para uma resistência ativa prolongada, não uma resistência em um chinchorro esperando para ver o que passa, rogando a Deus.


Uma resistência ativa prolongada. Eles nunca estarão preparados para uma guerra prolongada. Algum dia, para além dos seus aviões, dos seus submarinos, das suas naves nucleares, terão que colocar os pés em terra venezuelana. E aí vão descobrir do que esse povo é feito, do que são feitas as mulheres e os homens desse povo. Que nos vejam, mas que nos sintam a cada momento e em qualquer lugar. Resistência ativa prolongada em ofensiva permanente. Hoje fizemos um exercício pela manhã, bem cedo, ativamos algumas regiões do país em perfeita fusão popular, militar, policial; que e como a ferramenta, mas a luta armada vai para além disso, o povo em armas vai para além disso, porque não é apenas a força armada, a resistência ativa, prolongada não é apenas de quem tem um fuzil, também é dos professores, também é dos médicos, também é dos trabalhadores, e dos camponeses, e dos operários, das operárias, e de todos os jovens, e das mulheres, e da chamada terceira idade, e de todo o povo. Algumas pessoas podem sentir medo. Medo de que? O medo que devemos sentir é o de que este país volte a ser novamente uma colônia. Este sim deveria ser o nosso medo Mas enfrentar os que querem invadir o nosso país, isso deveria ser uma honra para qualquer venezuelano. Uma verdadeira honra!


Bolívar nos dizia que a independência era o bem mais precioso que havíamos conquistado. Bom, essa é a nossa base agora. Hoje somos livres. O que eles querem? Que regressemos as trevas? Não. Tivemos a sorte de levar essa revolução pacífica. Chegamos ao governo pelos votos, os votos do povo. O povo chegou ao governo com Chávez e Nicolás Maduro e o povo sabe que tem um governo que responde por eles. Mas eu acredito que chegou a hora da guerra revolucionária contra um inimigo poderoso e não apenas acredito nisso, como também acho que esse partido deve revisar imediatamente todas as formas, para além do que já existe, que é o que já existe na nossa Força Armada Nacional Bolivariana, nossa milícia, nossas polícias, corpos policiais, nossa organização popular em setores. Ninguém pode subestimar este inimigo, mas também ninguém deve superestima-lo, são derrotaveis, eles sabem disso e essa frente nacional deve estar unida a uma grande frente internacional, por isso que agradecemos a presença de todos vocês aqui, queridos companheiros, porque o mundo tem que saber que a Venezuela enfrenta uma causa justa, nossa causa, a causa da liberdade, porque para além disso, vou tentar com isso ser medianamente diplomático, quem acredita que a coisa e com a Venezuela e que depois nao vai por ela esta totalmente equivocado. Vão pela Venezuela e depois vão por todos e quem não levantar a voz hoje para pelo menos reclamar que a nossa América, a pátria grande, e um território de paz, amanhã vai ser alvo desse grande agressor e não tem nenhuma desculpa.


Dos povos, quanto apoio! Todos os dias recebemos apoio e nós temos que transformar esse apoio dos povos em um grande movimento mundial de apoio e defesa da revolução bolivariana e de defesa do nosso povo. E não é porque somos nós. Se fosse outro país agredido, lhes garanto que a voz da Venezuela estaria de primeira com seu povo. O partido tem que dizer presente, quem não gostar dessa música peça tempo, peça tempo, porque a agressão do imperialismo é inevitável. Vão em uma escalada. Quem já estudou alguma coisa sobre isso, pode revisar como eles atuam. Tudo obedece um roteiro, um livreto, e eles têm agora a guerra mais poderosa, que estão utilizando a guerra psicológica. A guerra do desgaste psicológico. Sobre isso vai falar o irmão Jorge Rodriguez. O imperialismo começa a atacar. Para que atacam? Para nos dividir. Para buscar alguma fissura onde possam se meter. Como explorar alguma diferença? E há pessoas ingênuas, ou poderia haver pessoas muito ingênuas de cometer o pecado capital de acreditar no que o imperialismo diz, pelos meios de comunicação que utiliza.


Resistência ativa prolongada em todas as frentes, na militar, na política, no nosso partido, na econômica, na cultural, na diplomática, em todas as frentes. Que saibam, aqueles que querem nos agredir, que vão encontrar aqui na Venezuela um povo que não está disposto nem a se render nem a negociar nada, porque a liberdade e a independência não se negociam. Aqui a Venezuela elegeu um presidente e esse presidente se chama Nicolas Maduro Moros. Não é outro presidente. Vão ver quais são os caprichos dos meninos e meninas entreguistas.

Por que uma resistencia prolongada? Prolongada. Temos que tirar vantagem do tempo. Aproveita-lo a cada dia. Não cometer o erro de declarar guerra a ninguém, não. Nem acreditar que vamos enfrentar alguém pela via convencional. Eles tem suas maneiras. Mas com a guerra de todo o povo podemos enfrentar quem seja. Somos 30 milhões de venezuelanos e venezuelanas. Qual é o objetivo político dessa agressão dos Estados Unidos? Qual é o objetivo real? Acabar com a revolução bolivariana, porque não conseguiram pelos votos e acredito que à medida que cometem esse tipo de infâmia, cada vez menos conseguirão pelos votos. Se nós estivermos fazendo cálculos de 500 anos, vamos calcular mais 500 anos.


Nosso povo em armas, mobilizar todo o país em ofensiva permanente, jamais nos colocar na defensiva com o imperialismo porque nos esmaga, passaria por cima de nós, convenceria o mundo com suas mentiras. Nós temos a verdade deste povo e este povo, ai caralho, como interpreta esta constituição? Nosso povo sabe que é nela onde está a essência desta pátria. Eu lhes dizia que a fusão popular, militar, policial e como a dobradiça e essa fusão pode nos servir para derrotar o inimigo, mas devemos estar cientes que esse inimigo nunca vai nos deixar tranquilos.


Então essa fusão popular, militar, policial, deve nos servir também para garantir a longo prazo, longo fôlego, nossa própria libertação, a libertação da nossa pátria. Esse inimigo jamais vai desistir dos seus objetivos, jamais. Porque eles se sentem agredidos quando seus fantoches não podem ganhar uma eleição e querem impor sua vontade. Quantos golpes de Estado já deram na América? Hoje estamos comemorando 52 anos de um golpe de Estado que deram ao grande Allende. E como foi esse golpe? Por que começaram a atacar Allende e o povo chileno? O secretário de Estado da época disse que tinha que fazer ranger a economia do Chile. E o que tentam fazer com nós? A mesma coisa, e um manual, e um manual. O que acontece é que eles não se atrevem a dizer que o que querem é uma mudança de regime e querem disfarçar as coisas por trás de uma luta que não existe. Porque se quiserem combater o narcotráfico, venham falar com nós, porque aqui o combatemos eficientemente. Para que aprendam, para que saibam como se faz. Nao e Venezuela. Sabem quantos cidadãos estadunidenses são viciados permanentes a algum tipo de droga? Mais de 54 milhões. E sabem quantos o governo dos Estados Unidos atendem desses 54 milhões? So 12 milhoes. Os demais ficam a boa vontade de Deus e são os zumbis que vemos nas ruas da Filadélfia, que vemos nas ruas de Nova Jersey, em Las Vegas, na Atlântica. E eles resolvem seus problemas expondo carrinhos de venda de droga na rua. Assim resolvem seu problema. Bom, a Venezuela é um país em paz e nós queremos seguir em paz, mas essa paz deve ser preservada porque, como diz o nosso presidente, não é a paz das sepulturas, nós queremos uma paz com justiça e nossa luta é absolutamente justa. Ninguém pode, ninguém pode rebater o caráter justo da nossa luta. Se alguns pudessem dizer, não vale, não se metam com essas pessoas que são muito grandes, nós não estamos nos metendo com ninguém. Nós não nos metemos com ninguém. Mas vamos nos defender de quem quer que seja, não importa o tamanho, nem de onde venha, e não vai ser por um nem por dois dias, serão anos, provavelmente décadas, mas vamos derrotar. Eles sempre acodem seus manuais, nós também temos seus manuais, temos nosso método, temos nosso método de defesa, temos nossa dobradiça que une o povo, as forças policiais e as forças militares. Mas também temos um povo que foi se formando para a defesa da pátria e é comum ver um miliciano nosso operando, por exemplo, um iglas. Eles sabem quão mortífero é um iglas. Contra qualquer coisa que voe. Vamos encontrar uma mulher venezuelana, dona de casa, que não atire um tiro. Nós começamos nesses dias, atentem-se ao que é a moral de um povo. Dentro da formação do nosso partido está a formação para a defesa da nossa pátria e tínhamos planejado um adestramento para nossos jovens de algo como dois meses, ou talvez três, dissemos a Grécia e tomamos a decisão de começar, quase um mês, (que dia foi?), 21 de agosto começamos, eram três dias, quatro, cinco e os jovens foram a esse acampamento e no transcurso desses dias no acampamento, e normal a deserção de algumas pessoas porque se lesionaram e nesses dias começou a agressão de caráter mais forte e vocês tinham que ver o espírito da juventude do PSUV e do grande povo patriotico, tinham que ver o coração desses jovens, dessas jovens, já não era a formação só pela formação, entenderam que a formação era pra defender a nossa pátria contra quem quer que seja e não houve deserções, não houve deserções, e todos os dias a exigência era maior, e quando alguém estava lesionado, os companheiros o levavam, o ajudavam, porque uma das consignas era não deixamos ninguém pelo caminho, e se graduaram.


Levantem-se os jovens que estiveram no curso. Vou lhes dizer algo, imperialistas, não é para carne de canhão, não. Antes que caia um jovem, preferimos um milhão de vezes que caiam os velhos. E porque eles são os que vão levar essa revolução por mais 500 anos. E porque eles encarnam a pátria.


Por que dizemos que a agressão é iminente?


Porque nós não vamos fazer nenhuma concessão ao imperialismo. De nenhum tipo, seria um erro histórico fazer concessões ao imperialismo, porque quando se faz concessões ao imperialismo, ele pede mais, quer mais. Não há concessões com o imperialismo. Nós temos a convicção, e como dizem alguns de nossos amigos, a fé inquebrável na vitória, na vitória de um povo que jamais se rendeu em nenhuma circunstância.


E são vocês, queridos irmãos e irmãs, lideranças, delegados desta plenária do nosso Congresso, quem deve ir às comunidades que os elegeram e falar com claridade ao nosso povo. Porque quando um povo está consciente e quando um povo está unido, nada o detém. E isso não é apenas falatório, isso é uma realidade enorme que demonstramos não apenas uma vez, mas muitas vezes. Militarmente, eles podem até ter todo o poder, assumimos sua superioridade militar, mas moralmente não chegam nem aos nossos tornozelos. Somos superiores moralmente e essa força sabe que decide em batalha a moral dos povos, quando cada venezuelano, cada venezuelana, cada militante do nosso partido tiver consciência que tem essa força e se converter em um combatente com armas, vão entender que não estamos brincando. Vão entender que isso é sério e estamos dizendo isso hoje, 11 de setembro, em homenagem a Allende, isso não está em jogo, isso é sério, totalmente sério. E agora, claro que necessitamos do apoio dos povos irmãos, dos povos irmãos, mas devemos nos preparar para fazer isso com a nossa própria força.


Não esperemos nada de ninguém, senão de nós mesmos. Qualquer apoio é bem-vindo, mas devemos nos preparar para fazer nós mesmos, já estamos preparados na verdade, graças a Chávez, que nos deixou o caminho aberto, nos deixou o caminho apontado.


Para alguém que está aqui ainda não ficou claro que vamos passar uma transição de uma revolução pacífica para uma luta revolucionária armada? Alguém tem alguma dúvida? Está claro para todo mundo? Estamos de acordo com isso?


Então, nossos estatutos do partido dizem que somos um partido revolucionário. Agora sim vamos ser um partido revolucionário. Revolucionário de verdade, onde devemos ser a vanguarda. Somos hoje a vanguarda eleitoral. Bom, é bom ser a vanguarda eleitoral porque nos permite ganhar as eleições, mas também devemos ser a vanguarda para cuidar da nossa pátria, para garantir a independência e a soberania do nosso país, para derrotar qualquer agressor imperialista que quiser nos fazer mal ou que quiser acreditar que vai levar de graça nosso petróleo. Não vão levar nenhuma gota daqui porque tornaríamos a vida deles impossível. Não vão levar nenhuma gota de petróleo da Venezuela.


E vocês sabem que uma guerra é uma guerra e pode haver, já tivemos muitas baixas, mas qual vai ser o resultado dessa guerra para nós? Dessa fase, não pode ser outro que não o aniquilamento de quem coloca o pé na Venezuela. Bolívar disse isso, não é Diosdado quem disse isso. Maior e o ódio que nos inspira a península do que o mar que nos separa dela. E por que? Pelas agressões do Império Espanhol da época contra a Venezuela.


E se Bolivar disse isso naquela época contra o Império Espanhol, o que nós devemos dizer hoje contra o imperialismo norte-americano? Exatamente o mesmo. Exatamente o mesmo! Irmãos, se este partido assume seu papel como vanguarda revolucionária, se se converte no partido revolucionário que nosso comandante Chávez sonhou e desenhou, estaremos à frente de qualquer luta eleitoral, política, militar, da luta pela independência, seja lá o que for. Passaremos a ser de muita maior solidez, de muita maior fortaleza, um partido que seja capaz de atrair os que temos que atrair, porque vocês sabem perfeitamente que quando o irmão presidente Nicolás Maduro chamou o alistamento, foram se alistar venezuelanos que não militam no Partido Socialista Unido da Venezuela, quem não milita em partidos do grande povo patriotico, mas que amam profundamente esta pátria e na hora de defender esta pátria vale tudo. Vale tudo, menos se fazer de babaca, como se não estivesse acontecendo nada. Vão nos agredir e devemos nos preparar para defender esta pátria.


Eu pergunto se há dúvidas porque a campanha psicológica é terrivel, e terrivel. Não nos deixemos levar pelas campanhas psicológicas, porque essa é a primeira tarefa deles. Que nos vejam como um bloco sólido, que as palavras do comandante Chávez quando nos disse unidade, luta, batalha e vitória. Unidade dos patriotas, disse Hugo Chavez, unidade da Força Armada Nacional Bolivariana. Unidade do Grande Polo Patriótico, disse o comandante Chávez. Chegou a hora de cumprirmos o que disse Chávez.


Vocês sabem que nosso irmão presidente tem estado à frente, sem titubear, com firmeza, com firmeza, com uma valentia extraordinária. Fazendo exatamente o que faria nosso comandante Hugo Chávez. Exatamente, aqui nós não temos opção, como disse Rivas, “não queremos colônia, queremos liberdade, aqui os colonialistas não tem lugar”, e essa é a tarefa fundamental que nós temos. Aí estão os quadrantes da paz. Os quadrantes da paz são uma maravilha. Os circuitos, perdão, os circuitos comunais são uma maravilha. Aí estão os quadrantes da paz. Aí está o território. Quem controla esse território pequeno, o inimigo quando pise, onde pise, será visto de forma muito ruim. Será visto de forma muito ruim porque em algum momento acusaram nossos povos caribenhos de canibais. Deixem quieto quem está quieto.


Nós não somos canibais, mas enquanto filhos de Bolívar e de Chávez, estamos muito bem preparados para defender a nossa pátria. Por isso, irmãos e irmãs, eu os convoco em nome do irmão presidente, em nome do nosso povo, que assumam a liderança que temos que assumir em cada comunidade que os elegeu, que assumamos a liderança de todos os contatos e nos preparemos definitivamente para a transição desta revolução pacífica para a luta armada em defesa do nosso povo.


Mas hoje, isso que pus aqui foi o símbolo do nosso movimento, o Movimento Bolivariano Revolucionário 200. Este bracelete, 4 de fevereiro do ano 92, nossa bandeira, a bandeira de Miranda, a bandeira dos Povos Livres, que é a mesma bandeira da Colômbia e do Equador. Somos apenas uma bandeira. Agora, vou presenteá-los para que portemos o nosso bracelete tricolor com orgulho e para que saibam que aí está a pátria, na rua, na batalha e na vitória.


Um abraço para vocês.