POR CARTACAPITAL
Macron confirmou, nesta quinta-feira, a escolha do político da direita para o cargo.
O presidente Emmanuel Macron nomeou nesta quinta-feira 5 Michel Barnier, de 73 anos, como o novo primeiro-ministro da França. O tradicional político da direita tem como principal missão formar um “governo de unidade”.
O anúncio foi feito pouco depois de uma reunião entre os dois políticos no Palácio do Eliseu em Paris. Macron optou por comunicar sua decisão por meio de nota oficial, na qual informa que solicitou a Barnier a “formação de um governo de unidade”, após de semanas consultas “sem precedentes”.
“O presidente garantiu que o primeiro-ministro e o próximo governo reunissem as condições para que sejam os mais estáveis quanto possível” e para que tenham o maior apoio possível no Parlamento, afirma o comunicado.
Na política, Barnier ganhou notoriedade recente por comandar as negociações do Brexit, processo que culminou na saída do Reino Unido da União Europeia, em 2020.
Antes, o agora novo primeiro-ministro francês ocupou uma série de cargos no governo do país, entre eles o de ministro do Meio Ambiente (1993-1995) e Ministro de Estado para Assuntos Europeus (1995-1997) no governo de Jacques Chirac. Ele também já foi o chanceler da França no início dos anos 2000 na gestão de Jean-Pierre Raffarin.
Em 2021, o político de direita anunciou uma espécie de pré-candidatura à presidência da França. Mas a empreitada foi frustrada por falta de apoio no próprio partido.
Na Comissão Europeia, Barnier também passou por várias cadeiras, especialmente em cargos ligados ao mercado do continente.
Como primeiro-ministro, Michel Barnier irá substituir o jovem Gabriel Attal, que estava no posto desde janeiro de 2024. A substituição ocorre após Macron instalar uma crise política na França ao antecipar para junho as eleições legislativas que estavm previstas para 2027.
A votação deixou a Assembleia Nacional (Câmara Baixa) com três principais blocos, todos distantes da maioria absoluta.
Como bloco com mais deputados, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) pediu a nomeação da economista Lucie Castets como primeira-ministra. Macron, porém, se negou a nomear a indicada em nome de uma suposta ‘estabilidade’, iniciando uma nova crise categorizada como ‘golpe’ por parte da classe política do país.
Na prática, o novo primeiro-ministro pode contar com o apoio de seu partido Os Republicanos (LR) e da aliança de centro-direita de Macron.
Isto, no entanto, seria insuficiente diante de uma eventual aliança pragmática entre o partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN), seus aliados e a coalizão de esquerda. Com 335 votos, os três podem, juntos, promover uma moção de censura a Barnier. São necessários 289 para barrar o novo governo do político.
Uma queda rápida de Barnier seria um revés para Macron, que justificou as longas consultas para formar um governo com a busca da “estabilidade institucional”, quase dois meses depois do bloqueio político provocado pelas eleições legislativas.
(Com informações de AFP).