Nota da redação
No último dia 21 de março, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), ligada à ONU, divulgou dados oficiais que comprovam que o ano passado foi o mais letal nas rotas de migração.
Os números falam por si: 8.938 mortes, apenas no ano passado. As mortes nas rotas de migração vem crescendo significativamente nos últimos 5 anos, mas atingiram seu número mais grave em 2024. As vítimas principais são as populações racializadas e que se deslocam de grandes catástrofes naturais e guerras.
Os dados deste ano apontam que o maior número de mortes aconteceram na Ásia, com 2.778 mortes, e na África, com 2.242. Chama atenção também o número de mortes ocorridas no Mar Mediterrâneo, 2.452, de migrantes que tentavam chegar à Europa.
Julia Black, uma das coordenadoras da OIM, admite que estes dados devem estar subnotificados. Ou seja, o número de mortes de migrantes devem ser bem maiores, pois muitas acabam não sendo identificadas.
Por exemplo, de acordo com a ONG espanhola “Caminando Fronteras”, 5.054 migrantes morreram tentando chegar ao território espanhol, apenas nos primeiros cinco meses do ano passado, principalmente pelo Oceano Atlântico.
Esta situação que já é terrível, pode piorar ainda mais. Principalmente, como consequência do crescimento do discurso de ódio da extrema direita, que vem defendendo nos EUA, na Europa e em todo mundo leis de fechamento de fronteiras, deportações e aumento da criminalização.
A agenda anti-migração está sendo defendida também por governos, principalmente na União Europeia e EUA. Esta situação exige uma ampla campanha internacional que denuncie a crescente xenofobia e defenda a vida e os direitos dos migrantes.
Com informações:
ONG alerta para explosão no número de mortes de migrantes que tentam travessia para a Espanha