Nota da Redação
No último domingo, dia 11 de maio, aconteceram manifestações de ruas em cerca de 60 cidades alemãs, pedindo a proibição do partido Alternativa para a Alemanha (AFD).
Recentemente, o serviço de inteligência alemão classificou a AFD como organização extremista. Segundo o relatório deste órgão, a AFD: “desvaloriza grupos inteiros da população na Alemanha e viola sua dignidade humana”, o que “não é compatível com a ordem democrática fundamental”.
Os manifestantes acreditam que esta decisão é um passo no sentido da proibição total da sigla de extrema-direita, que em vários momentos já relativizou os crimes contra a humanidade, praticados pelo nazismo.
“A AfD não é um partido normal e não deve ser tratada como tal. Agora é a hora de considerar seriamente a proibição do partido”, afirma a página na internet da organização Juntos contra a direita, uma das organizadoras das manifestações do último domingo.
A principal manifestação aconteceu em Berlim, em frente ao Portão de Brandemburgo: “Todos juntos contra o fascismo” gritavam os milhares de manifestantes presentes.
Esta onda de protestos desafia a posição de Friedrich Merz, novo chanceler alemão, líder do partido de direita CDU, que se opõe a probição da AFD. O partido de extrema direita pela primeira vez obteve o segundo lugar, com 20% dos votos, nas últimas eleições legislativas alemãs, realizadas recentemente. Os manifestantes prometeram seguir com os protestos até a proibição total da AFD.
Estas manifestações cumprem um importante papel, pois ao mesmo tempo que combatem a extrema direita, enfrentam também a política de normalização destas organizações, muitas vezes defendidas por setores da mídia empresarial, por vários partidos da direita tradicional e aplicada até por autoridades da União Europeia.