Canadá na mira da extrema direita

Nota da redação

Imagem: reprodução Jacobin

Ataques de Trump, novo primeiro-ministro e eleições antecipadas para 28.4 marcam a agenda política canadense.

No dia 14 de abril, Mark Carney assumiu o cargo de primeiro-ministro do Canadá. Ele é do partido liberal, atual partido governista, e intimamente ligado ao mercado financeiro - chegou a presidir o Banco do Canadá e também o Banco da Inglaterra, este por 7 anos, sendo o primeiro não britânico a assumir este cargo.

Carney substituiu o também liberal Justin Trudeau. O agora ex-primeiro-ministro vinha se destacando por sucessivas polêmicas com Donald Trump e outras figuras de destaque do governo de extrema direita dos EUA. Trudeau chegou a sofrer ataques homofóbicos de Elon Musk.

A crise do governo Trudeau vem de antes, afinal ele já estava há quase uma década no poder, mas toda a atual sucessão esteve marcada pelos ataques de Trump à soberania do Canadá, chegando a defender em vários momentos a anexação do segundo maior país em extensão territorial do mundo, como o 51º estado estadunidense.

Na posse, o novo primeiro-ministro respondeu aos ataques de Trump, afirmando que o Canadá nunca será dos EUA. Mas, seu governo parece estar longe de conquistar estabilidade, afinal já estão previstas novas eleições legislativas para este ano, já antecipadas para o dia 28 de abril.

Na disputa eleitoral, até o momento, o mais forte candidato de oposição é Pierre Poilievre, atual líder do partido conservador, oriundo da ala mais radical deste partido de direita, muito afeito a agenda ultra-reacionária da extrema direita internacional.

Poilievre ganhou destaque por liderar movimentos contra os recolhimentos no período da pandemia da Covid-19, e defende um modelo ultra neoliberal: propondo o fim de direitos sociais e que as ditas leis do mercado estejam acima de tudo. Ele faz críticas ao aumento de tarifas que Trump vem impondo ao Canadá, mas defende uma agenda política e econômica muito similar ao atual governo dos EUA.

Inclusive, uma das explicações para os ataques de Trump à soberania do Canadá é uma tentativa de desestabilizar e demonstrar uma fraqueza do atual partido governista, para auxiliar a sórdida campanha de seu aliado ideológico.

As eleições canadenses do dia 28/4 serão mais um momento importante de disputa contra a agenda da extrema-direita trumpista no Continente americano.

Com informações:

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