Colômbia proíbe exportação de carvão para Israel em represália a genocídio palestino

 

O governo colombiano anunciou no domingo (18) que estarão proibidas as exportações de carvão do país para Israel a partir da próxima quinta-feira (22). A justificativa são as ações genocidas israelenses contra os palestinos desde outubro do ano passado na Faixa de Gaza.

"Com o carvão colombiano [Israel] produz bombas para matar as crianças palestinas", publicou o presidente colombiano, Gustavo Petro, no X.

O carvão é matéria-prima essencial para a fabricação de armamento militar, e o principal produto que o país exporta para Israel, de acordo com Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE) da Colômbia. Entre os meses de janeiro e agosto de 2023, o carvão correspondeu a 93% das exportações colombianas para os israelenses.

O decreto foi assinado por Petro, pelo ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, e pelos ministros das Finanças, Minas e Comércio do país sul-americano. O documento de sete páginas cita medidas da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre "a gravidade da situação humanitária causada na Palestina em ocasião da operação militar levada a cabo por Israel depois de 7 de outubro de 2023".

A decisão de proibir exportações de carvão para Israel até que haja um cessar-fogo foi divulgada ainda em junho por Petro. Em maio, o governo colombiano já havia anunciado o rompimento de relações. A Colômbia também pediu a prisão do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, pelo massacre em Gaza.

O distanciamento do governo Petro - o primeiro de esquerda da história da Colômbia - de Israel rompe uma aliança entre os dois países. Desde a década de 1980, governos em Bogotá usaram a expertise do serviço secreto israelense, o Mossad, para reprimir a oposição e a guerrilha no país.