Nota da Redação
O presidente direitista do Equador, Daniel Noboa, aliado de Trump e da extrema direita internacional, tenta impor mudanças autoritárias no regime político do país latinoamericano.
Ele tenta impor um plebiscito, em dezembro deste ano, que inclui perguntas que ferem a Constituição do Equador, especialmente aquelas que tentam ampliar os poderes do Poder Executivo em relação aos outros poderes.
A Corte Constitucional do país vem impedindo que ele avance sobre o regime democrátrico, por exemplo, proibindo várias perguntas que Noboa quer incluir neste Plebiscito. Além de ampliar poderes do Executivo, Noboa quer facilitar a perseguição a juízes, diminuir os parlamentares da assembleia nacional, autorizar a instalação de bases militares estrangeiras no país, entre outras alterações inconstitucionais.
Copiando o estilo de Nayib Bukele, presidente de extrema direita de El Salvador e seu aliado político, e do próprio Trump, que apoiou sua reeleição, Noboa chegou a liderar protestos golpistas em frente à sede da Corte Constitucional equatoriana, para pressionar a justiça a liberar seu questionário para o tal plebiscito.
Entretanto, no último dia 19.9, Noboa deu um salto nesta agenda golpista, publicando um decreto presidencial que convoca emergencialmente uma assembleia constituinte, sem ouvir os outros poderes constituídos, com o objetivo declarado de acabar com a Constituição progressista do país, aprovada por cerca de 70% dos votos em um referendo popular, realizado em 2008, ainda durante o governo de Rafael Correa.
Diante desta ofensiva golpista, a Confederação das Nações Indígenas do Equador (CONAIE) definiu pela realização de uma greve geral em defesa das liberdades democráticas e contra os ataques de Noboa à democracia. A CONAIE definirá a data exata desta greve geral ainda nos próximos dias.
A esquerda e os movimentos sociais latinoamericanos devem acompanhar de perto os acontecimentos do Equador. O que está em jogo é a democracia equatoriana, e a tarefa número 1 é impedir que Noboa se consolide com mais uma ditadura trumpista na região, como já vem ocorrendo com Bukele em El Salvador.
Com informações: Giro Latino e Opera Mundi.