Muitos milhares na rua pela demissão do governo regional de Carlos Mazón

Manifestação com milhares de pessoas pede a demissão do presidente do governo regional. Contestação foi aumentando à medida que os pormenores sobre a ação do Executivo regional saiu a público.

Este sábado, muitos milhares de pessoas juntaram-se na praça do município de Valência para protestar a resposta do governo regional ao fenómeno de depressão isolada em níveis altos (DANA, segundo a sigla espanhola), pedindo a demissão de Carlos Mazón.

Mazón, o presidente do governo regional é visto como o principal responsável pela falta de resposta às cheias que mataram 215 pessoas em Valência e afetou 80 municípios da comunidade autónoma. Há uma semana, acompanhou os reis de Espanha e o primeiro-ministro Pedro Sanchéz numa visita no terreno, que acabou com insultos e arremesso de lama contra os responsáveis políticos.

A contestação contra o presidente do governo regional aumentou quando se descobriu que este demorou duas horas a estar presente na reunião convocada no Centro de Coordinación Operativa Integrada, para fazer gestão de emergência da tempestade, segundo avança o Expresso. À medida que mais pormenores sobre a gestão da crise são revelados, as tensões foram subindo.

Entre as palavras de ordem estiveram “Mazón, demissão” e “nós manchados de lama, vocês manchados de sangue”. A polícia dispersou vários manifestantes depois de confrontos. “Nós reunimos a indignação”, disse Anna Oliver, a porta-voz da comissão organizadora da manifestação, ao El País. Na manifestação, participaram cerca de 40 organizações sociais, bem como sindicatos. disse ao “El País” que os organizadores querem “exigir responsabilidades, informação verídica e meios para as vítimas”, mas também “denunciar a ignomínia do governo valenciano que não avisou e que, com essa falta de previsão, provocou vítimas mortais”.

Mas Susana Camarero, a número dois do governo regional, já disse em conferência de imprensa que a demissão “não é uma opção”. Mazón afirmou partilhar a “dor” dos manifestantes, tentando mudar o foco do discurso para os “distúrbios” que aconteceram na manifestação

A estrutura nacional do Partido Popular, ao qual pertence Mazón, também saiu em defesa do seu eleito, procurar culpar o governo nacional que se “recusou a assumir” na maior emergência nacional de Espanha.