Navio de guerra dos Estados Unidos chega a Trinidad e Tobago, a poucos quilômetros da Venezuela

Destroier atracou em arquipélago neste domingo (26) com destacamento de fuzileiros navais; Caracas acusa Port of Spain de servir a interesses norte-americanos.

Um navio de guerra lançador de mísseis dos Estados Unidos atracou neste domingo (26/10) em Trinidad e Tobago, cuja costa está a poucos quilômetros do território venezuelano. O destroier USS Gravely permanecerá em Port of Spain, capital do arquipélago, até o dia 30 de outubro. Ele é acompanhado por um destacamento de fuzileiros navais que irão realizar treinamentos conjuntos com as forças militares locais.

Trinidad e Tobago tem assumido um alinhamento explícito com Washington desde a posse da primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar, em maio. A líder trinitária adotou um discurso duro contra a migração venezuelana e vem apoiando publicamente a política de cerco promovida pela Casa Branca. Caracas acusa Port of Spain de servir como plataforma para os interesses militares e estratégicos dos Estados Unidos na região.

A movimentação é da pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, contra o governo Maduro. Ele já afirmou que poderão ocorrer “operações terrestres contra cartéis na região em breve”. Na sexta-feira (24/10), Washington afirmou que enviaria ao Caribe o porta-aviões “mais letal do mundo”, o USS Gerald R. Ford.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu à ameaça, dizendo que os Estados Unidos “estão inventando uma nova guerra eterna”. “Eles prometeram que nunca mais se envolveriam em uma guerra e estão inventando uma guerra que nós vamos evitar”, afirmou.

Neste sábado (25/10), o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, anunciou exercícios militares de defesa costeira envolvendo unidades navais, aéreas e de infantaria. Segundo ele, os treinamentos têm como objetivo “proteger o território nacional de ameaças militares em larga escala, operações encobertas e ações de desestabilização”.

“Estamos realizando exercícios há 72 horas para garantir que nenhuma tentativa de violar nossa soberania prospere”, afirmou.

Nesta manhã, em Kuala Lumpur, na Malásia, o presidente Lula se colocou como possível mediador da crise ao líder dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o presidente brasileiro afirmou que a América do Sul é uma região de paz e que o Brasil está disposto a contribuir para “o diálogo e a estabilidade”.