Via Esquerda.net
Uma em cada 200 crianças de Gaza foi assassinada por Israel desde o passado dia 7. Entretanto, o exército sionista voltou a atacar um hospital, desta feita o Indonésio, e a clínica dos Médicos Sem Fronteiras foi incendiada parcialmente.
O Dia Universal dos Direitos das Crianças assinala-se esta segunda-feira, dia 20. Para o marcar, a Al-Jazeera recordou as 5.500 crianças mortas pelas forças armadas israelitas desde 7 de outubro, criando uma infografia que lista os nomes e idades de menos de metade delas.
Isto quer dizer que uma em cada 200 crianças que habitavam na Faixa de Gaza foram assassinadas por Israel nas últimas semanas. Estando a ser morta uma criança a cada 10 minutos que passa.
Para além disso, há 1.800 crianças consideradas desaparecidas sob os destroços dos bombardeamentos, muitas delas presumivelmente também mortas. O número de feridos é estimado pelas autoridades de saúde de Gaza em 9.000.
A mesma fonte cita a jornalista norte-americana Arwa Damon que diz que a necessidade de ajuda humanitária no território “não tem precedentes”. Esta é fundadora da International Network for Aid, Relief and Assistance, uma ONG que leva tratamento médico a crianças em zonas de guerra. De acordo com a sua descrição, há milhares de crianças em Gaza que sofrem com “queimaduras, fraturas múltiplas, com poeiras e detritos causados por explosões incrustados na sua carne, que não conseguem limpar”, muitas necessitando nos próximos anos de “várias cirurgias”.
Em Gaza, Hospital Indonésio e clínica sob fogo
Em Gaza os bombardeamentos e destruição de estruturas civis continuam esta segunda-feira, nomeadamente as de saúde. Os Médicos sem Fronteiras informaram que a sua clínica foi atingida esta manhã e parcialmente destruída pelo fogo. No local estava um funcionário da ONG e vinte familiares seus que estão em “perigo extremo”. Noutros sítios perto estão mais 50 pessoas, várias delas funcionários da organização e algumas delas a precisar de cuidados médicos. Cinco viaturas identificadas como pertencendo aos MSF foram destruídas. As mesmas que tinham sido usadas na tentativa de evacuação falhada dois dias antes e que foi travada depois de uma pessoa morrer. Eram o único meio que poderia permitir a saída daquelas pessoas da zona de combates. Os MSF apelam ao fim dos ataques na área.
Neste mesmo dia, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da Organização Mundial de Saúde, publicou na rede social X uma declaração em que se diz “consternado” pelas notícias do ataque ao hospital Indonésio em Gaza, acrescentando que aí morreram 12 pessoas. Para ele, “os trabalhadores da saúde e os civis nunca deveriam ser expostos a tal terror e especialmente no interior de um hospital”.
Um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, citado pela Al-Jazeera, diz que este hospital foi cercado por tanques israelitas e que a situação no seu interior é “catastrófica” com cerca de sete centenas de pessoa no interior do complexo de saúde. E um médico acrescentou que o edifício está a ser alvo de bombardeamentos intensos e indiscriminados”, com a entrada e as janelas a serem atingidas e as pessoas a juntarem-se no centro do edifício principal para se tentarem proteger.