Plebiscito no Chile: partidos governistas anunciam bloco contra nova Constituição

Victor Farinelli

 

Os partidos chilenos ligados à coalizão Aprovo Dignidade, base de sustentação do governo do presidente Gabriel Boric, anunciaram nesta sexta-feira (03/11) que formarão parte da frente que defenderá o voto contra a proposta de nova Constituição apresentada em outubro passado, e que será votada em plebiscito marcado para o dia 17 de dezembro.

Entre as legendas que compõe esta frente estão o Partido Comunista do Chile, o Partido Socialista e a Frente Ampla (conglomerado do qual Boric faz parte).

O Partido Comunista publicou um comunicado nesta sexta, afirmando que o texto proposto é “moralmente conservador, e favorece a participação do setor privado nas políticas públicas”.

“Essa proposta aprofunda e agrava os problemas da Constituição de 1980, atenta contra os direitos dos trabalhadores e beneficia os poderosos de sempre”, afirma o documento comunista, que com uma referência explícita à atual carta magna chilena, imposta durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Os comunistas chilenos também enfatizam ao fato de que a proposta constitucional que será plebiscitada foi elaborada pela constituinte eleita em maio passado, com ampla maioria de membros do Partido Republicano, referente da extrema direita no país andino.

“Um texto como este não encerrará a questão constitucional. Confiamos que o povo do Chile dirá não a este retrocesso”, conclui o comunicado.

Por sua parte, o presidente chileno Gabriel Boric disse nesta quinta-feira (02/11) que caso este novo texto constitucional seja rechaçado, como aconteceu em setembro de 2022 com a primeira proposta constituinte, o governo não pretende promover um novo processo constituinte.