PSOL aprova resolução de conjuntura: sem anistia para golpistas no Brasil e pelo fim do genocídio em Gaza

 

Sem Anistia para os golpistas, pelo fim do genocídio do povo palestino e pela luta feminista e antirracista
      

CONJUNTURA INTERNACIONAL      

A situação internacional se caracteriza pelo crescimento da extrema direita e situação defensiva do campo progressista. A crise resultante da reestruturação produtiva em curso com a fragmentação do trabalho, a apropriação dos ganhos de produtividade pelo Capital com a crescente precarização dos salários e renda dos trabalhadores, cria uma situação de insatisfação difusa que a extrema direita busca capitalizar com um discurso “anti sistema” que na verdade é apenas o contrário as conquistas que as lutas dos trabalhadores dos últimos 150 anos , conseguiu arrancar da burguesia. A extrema direita chega ao poder na Argentina, na Itália, cresce em Portugal, França, Espanha, e ameaça voltar ao poder nos EUA com Trump.

Apoiamos as declarações de Lula denunciando o genocídio contra o povo palestino perpetrado pelo Estado de Israel. São mais de 37 mil vítimas, dessas 12 mil eram crianças. Foram 34 hospitais e 104 escolas destruídos. Os Palestinos não podem mais morrer nos incessantes bombardeios israelenses nem serem vítimas da fome pela negativa de passagem de ajuda humanitária. O PSOL manifesta seu apoio ao povo palestino e reafirma a acertada atuação do governo Lula na busca pela paz e o fim do genocídio na faixa de Gaza. O genocídio deve acabar e o governo de extrema-direita de Netanyahu deve pagar pelos seus crimes. É urgente também que o governo brasileiro cancele os acordos de cooperação militar e de segurança com Israel assinados por Bolsonaro.

Ademais, no cenário internacional é importante destacar a greve geral na Argentina, que ocorreu 24 de janeiro contra os ataques do governo de Milei a direitos conquistados pelo povo argentino. Essa ação vem se desdobrando em diversas greves setoriais chamadas nas próximas semanas pelo país, ao mesmo tempo em que a pobreza na Argentina se aprofunda e bate recorde de 54,7% no mês de janeiro. Nesse movimento internacional, Trump cresce nas prévias das eleições dos EUA, o que reforça a análise da necessidade de organização da esquerda e dos movimentos sociais internacionalmente no combate à extrema-direita em ascensão na política internacional.

O PSOL segue atento à disputa global em curso com o neofacismo, solidário aos partidos de esquerda que no mundo que se confrontam com a extrema direita.
      

CONJUNTURA NACIONAL      

No Brasil a extrema direita apesar de acuada, mantém força e base social e segue como a principal base de oposição ao governo Lula. Os desdobramentos das investigações da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 avançam, com mais de 80 pessoas condenadas por praticar o ato golpista e indicam a participação de Bolsonaro, além de militares e empresários no mais grave atentado à democracia brasileira desde o processo de redemocratização. O ato do dia 25 de fevereiro, chamado por Bolsonaro e com a adesão dos governadores, senadores e parlamentares, mostra como os representantes do Estado que deveriam defender a democracia legitimam a tentativa de golpe.

O ato de domingo mostra que a centralidade da luta política no Brasil é a luta contra a extrema-direita, representou uma tentativa de Bolsonaro de demonstrar força diante das inúmeras acusações e evidências de sua participação em atentar contra a democracia e confessou que havia a minuta golpista e da mesma forma como foi o golpe militar de 1964, minimizou as acusações, buscando dar a elas o caráter legalidade. Mais do que nunca é hora de reafirmar a luta contra a anistia de quem articulou, financiou e participou do atentado golpista de 8 de janeiro de 2023.

A sociedade brasileira precisa seguir nas ruas defendendo a democracia e, junto com os movimentos sociais, cobrar a conclusão das investigações e as condenações desse atentado à democracia. Assim, o PSOL se soma às Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular na iniciativa de construção do dia nacional de mobilização pela prisão de Bolsonaro, cobrando a punição de todos os golpistas.

As pesquisas vêm mostrando a resiliência do apoio a Bolsonaro como principal referência da oposição. Mesmo inelegível, o Bolsonarismo segue sendo a principal ameaça para 2026. A defesa do governo Lula, como divisória real que separa o Brasil da ameaça da volta da extrema direita ao poder, nos leva a manter o apoio a Lula e seu governo. Temos diferenças com iniciativas do governo Lula, em particular na política econômica, e contradições entre as consequências dessa política e as expectativas da base social da esquerda e do PSOL. Vemos com preocupação a ausência de reajuste do funcionalismo público federal e os riscos aos pisos da educação e saúde.

Da mesma forma saudamos as iniciativas do governo no sentido de priorizar os programas sociais , ao exemplo do Minha Casa Minha Vida e a expansão da rede federal de ensino superior.

No congresso nacional, Arthur Lira segue pressionando o governo e na busca de articular sua sucessão tende a pautar as agendas regressivas tanto na agenda econômica quanto na penal. Lira também segue afirmando que irá colocar em votação este ano a reforma administrativa, PEC 32, proposta pelo governo Bolsonaro que em caso de aprovação será o maior desmonte do funcionalismo público, aprofundando a agenda neoliberal e a privatização dos serviços públicos.

Com a chegada do mês de março, além das lutas feministas reafirmadas no 8M, a sociedade brasileira ainda segue na espera pela resposta de quem mandou matar Marielle Franco? Apesar dos avanços nas investigações nos últimos meses, em 14 de março de 2024 completam-se 6 anos desse crime brutal contra Marielle e Anderson e atacou duramente a democracia brasileira. O Brasil precisa da conclusão das investigações e da condenação de todos os mandantes desse grave atentado. Precisamos construir um país que garanta a vida e o efetivo exercício dos mandatos ocupados pelas mulheres e mulheres negras em nosso país. O PSOL segue pedindo justiça por Marielle e Anderson!

Por fim, o mês de março terá a importante construção dos 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo e o PSOL somam-se à luta antirracista, sendo importante o debate por educação, cultura, esporte, lazer e melhoria nas condições de vida da população negra
como busca de enfretamento das desigualdades raciais, criando-se práticas antirracistas e contra todas as formas de opressão.

               

Bolsonaro na cadeia!

Sem anistia!

Palestina livre!