Via Esquerda.net
Com o cobre em alta, os trabalhadores lutam por melhores salários. Em 2017, pararam durante 44 dias fazendo os preços desta matéria-prima subir. Diante do impasse nas negociações, preparam agora nova greve de longa duração.
Os trabalhadores da mina de Escondida, no Chile, começaram esta terça-feira uma greve. A paralisação surge depois de em cinco dias de negociações sobre rendimentos a administração não ter mudado substancialmente a sua posição.
Esta é a maior mina de cobre do mundo e é maioritariamente detida pela multinacional australiana BHP. Outras duas multinacionais a anglo-australiana Rio Tinto e a subsidiária da Mitsubshi JECO Corp. têm uma participação minoritária.
O sindicato número 1 da Mina de Escondida representa 98,5% dos operacionais que fazem a mineração funcionar. À Reuters, o seu presidente, Patricio Tapia insiste que sem eles, e uma vez que segunda a lei chilena não se podem substituir trabalhadores grevistas, a mina parará de laborar.
E quando esta mina, que produziu o ano passado 1,1 milhões de toneladas métricas de cobre e no primeiro semestre deste 614.400 toneladas, deixa de produzir, os resultados são sentidos no mercado mundial. A última vez que os seus trabalhadores fizeram greve, em 2017, durante 44 dias, os preços do cobre ao nível global subiram.
A Goldman Sachs já prevê que os lucros da empresa caiam 250 milhões de dólares caso a greve se prolongue por dez dias. Caso chegasse ao patamar da greve anterior o impacto seria de 795 milhões.
O sindicato apela aos trabalhadores que sigam as instruções de “um plano que foi estudado em detalhe sob o ponto de vista operacional e legal” e que projeta “uma greve de longo prazo”.
Com o preço desta matéria-prima em alta e as perspetivas de subida ainda maiores por ser utilizada em projetos de inteligência artificial, os trabalhadores pretendem que 1% dos dividendos dos acionistas sejam distribuídos igualmente entre eles.