Por Redação RFI
Reprodução Uol
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, obteve neste domingo (21) novas promessas de entrega de material militar, além do apoio diplomático dos países do G7 em Hiroshima, no Japão. O encontro com o presidente Lula, esperado nesta tarde, acabou não ocorrendo.
O presidente americano, Joe Biden, prometeu neste domingo (21) a Kiev novos envios de armas, munições e veículos blindados, no valor de cerca US$ 375 milhões. O anúncio ocorre poucos dias depois dos EUA autorizarem o fornecimento de aviões de combate F-16 de fabricação americana à Ucrânia.
Washington também apoiará uma iniciativa de seus aliados para treinar pilotos ucranianos para os F-16. Durante os longos meses de treinamento, os ocidentais decidirão o calendário de entrega dos aviões, sua quantidade e os países que os fornecerão.
A Casa Branca reiterou, no entanto, que, com sua ajuda militar, "os Estados Unidos não facilitam e não apoiam ataques ao território russo".
A presença de Zelensky em Hiroshima, cidade vítima em 1945 do primeiro bombardeio atômico da história e agora símbolo mundial da paz, colocou a invasão russa da Ucrânia no centro dos debates do G7, ofuscando outros temas como as relações dos aliados com a China.
Zelensky visitou no domingo o monumento em homenagem às vítimas da bomba atômica em Hiroshima, onde deixou flores.
No sábado (20), ele se reuniu com os aliados europeus do G7 e com os líderes japonês e canadense, mas também com o primeiro- ministro indiano Narendra Modi, que assegurou que a Índia fará "todo o possível" para resolver o conflito.
O dirigente ucraniano busca reunir apoios para um plano de paz de dez pontos, concentrado em exigir à Rússia sua retirada do território ucraniano.
"A Rússia deve retirar suas tropas", repetiu neste domingo o chanceler alemão Olaf Scholz, advertindo que o "país não deve apostar que, se resistir o suficiente, o apoio à Ucrânia terminará enfraquecendo".
Da direita para a esquerda, o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, durante visita ao Memorial da Paz, durante cúpula do G7, em Hiroshima, Japão, em 21 de maio de 2023 AP - Takashi Aoyama
"Espetáculo de propaganda"
Neste domingo, em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que a participação do presidente ucraniano no G7 tinha transformado a cúpula em um "show de propaganda contra os russos e chineses."
De acordo com o texto, o G7 tornou-se uma "incubadora para implementar, sob o comando dos anglo-saxões, iniciativas destruidoras, que colocam em risco a estabilidade mundial".
Zelensky também poderia se reunir neste domingo com o presidente Lula, que no mês passado declarou que os Estados Unidos deviam deixar "de incentivar a guerra" na Ucrânia, mas o encontro acabou não ocorrendo.
Em uma coletiva, o presidente ucraniano foi questionado se estaria desapontado por não ter se reunido com o presidente brasileiro. Ele respondeu que havia conversado com quase todos os dirigentes, mas cada um tinha seus próprios horários e ele não pode se encontrar com Lula. "Acho que issso o desapontou", resumiu.
(Com informações da AFP)